Resistência brasileira
Comunistas brasileiros mobilizam-se na resistência democrática
O Comitê Central do Partido Comunista do Brasil reúne-se desde esta sexta-feira (8) em São Paulo para examinar o complexo quadro político nacional, marcado pela ofensiva golpista por parte das forças neoliberais e conservadoras para derrubar o governo da presidenta Dilma Rousseff.
A presidenta nacional do Partido, Luciana Santos, fez o informe de abertura dos debates. Referindo-se ao quadro internacional, destacou a “crise insolúvel do sistema capitalista”, que na fase atual atinge também os países emergentes, e as disputas em torno do reordenamento internacional, denunciando a ação das potências imperialistas, que “operam contra a tendência de multipolaridade”.
Segundo a presidenta do PCdoB, as potências imperialistas, lideradas pelos EUA, empenham-se para “manter o status quo atual, impedindo a emergência e a consolidação de novos países, e blocos de países, como polos de poder”.
A dirigente fez uma menção especial à Síria, onde passados cinco anos de ataques, por parte de consórcio patrocinado pela Arábia Saudita – em aliança com a Turquia, potências europeias e os Estados Unidos –, as forças da resistência impediram que tivesse êxito o propósito central da investida, que era a derrubada do governo de Bashar al-Assad, objetivo que se insere no “antigo projeto estadunidense de redesenhar o mapa geopolítico da região, constituindo o que é denominado de novo grande Oriente Médio”.
Luciana Santos mencionou também a grave situação dos refugiados, “a expressão mais visível dos dramáticos efeitos dos conflitos de nosso tempo (…) que expõem a dimensão humana da tragédia, colocam a nu a face mais cruel do capitalismo e de suas guerras”.
O informe da presidenta do PCdoB destaca ainda a conjuntura latino-americana, em que as forças conservadoras encontram-se em plena ofensiva para derrocar os governos progressistas. Exortou as forças democráticas e populares a se manterem unidas e mobilizadas para continuar desbravando novos caminhos pela democracia, a soberania nacional e o progresso social.
Resistência brasileira
Luciana fez um chamamento a todo o Partido e ao povo brasileiro para que se instaure pleno estado de alerta, vigília e mobilização, a fim de derrotar as forças golpistas, representadas pelo conluio espúrio constituído pelo vice-presidente da República, Michel Temer, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o presidente do PSDB, Aécio Neves, contando com a grande mídia e tendo a Operação Lava Jato como alavanca.
Destacou que nas últimas semanas, em ondas crescentes e cada vez mais representativas, o povo, os trabalhadores, a intelectualidade, setores religiosos, juristas e vários outros segmentos sociais promoveram e seguem promovendo atos em defesa da democracia. As manifestações contra o golpe ocupam as ruas, as redes sociais, as tribunas e se multiplicam manifestos cada vez mais densos, expressando a consciência democrático do povo brasileiro.
A presidenta do PCdoB fez uma crítica dura e enfática ao vice-presidente da República, destacando que a plataforma de governo de Michel Temer, falaciosamente designada como “Ponte para o Futuro”, representa uma via de regresso à tragédia neoliberal.
O Plano Temer, na opinião dos comunistas, é uma ameaça aos direitos sociais e trabalhistas, uma regressão nos direitos do povo, o retorno às privatizações, o entreguismo e a revogação da política externa soberana.
Finalmente, o informe de Luciana Santos ao Comitê Central destaca que derrotando o golpe, fazendo prevalecer a democracia, o governo da presidenta Dilma promoverá um repactuação de forças políticas e relançará planos para o desenvolvimento nacional, o crescimento econômico, a proteção ao emprego e a garantia dos direitos sociais.
Com informações do Comitê Central do PCdoB