Solidariedade à Venezuela

Comitê brasileiro lança manifesto solidário com governo venezuelano e seu povo

11/02/2019

As entidades, movimentos e personalidades que compõem o Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela defendem a soberania e a autodeterminação dos povos e por isso vêm a público manifestar-se:

1. Denunciamos que está em curso mais uma tentativa de Golpe de Estado na Venezuela. Esta ofensiva internacional vem sendo liderada pelo governo dos EUA e apoiado pelos seus capachos na América Latina e na Europa. Juan Guaidó não foi eleito presidente, se autoproclamou em uma manifestação da oposição, tornando-se a marionete necessária para concretizar o golpe e garantir os interesses imperialistas na Venezuela. Guaidó tem apoio político e econômico de fora da Venezuela, mas no país não conta com o respaldo e a legitimidade da maioria do povo.

2. Repudiamos toda e qualquer ameaça de ingerência e de intervenção militar contra a Venezuela, que abrem um possível cenário lastimável de guerra nas fronteiras com o Brasil e com outros países da América do Sul, colocando em risco a vida do povo venezuelano, brasileiro e latino-americano.

3. Repudiamos as declarações intervencionistas do Governo Brasileiro, expressadas pelo presidente Jair Bolsonaro e seu chanceler Ernesto Araújo, que rompem com a tradição da diplomacia brasileira de busca pela paz, pelo diálogo e pela integração regional.

4. Repudiamos as manifestações intervencionistas dos governos do “Grupo de Lima” e dos países membros da União Europeia, que reconheceram Guaidó como presidente e querem interferir sobre as eleições venezuelanas.

5. Repudiamos o cruel bloqueio econômico praticado pelos EUA contra o povo venezuelano, recentemente os EUA sequestraram bilhões de dólares venezuelanos que estão em bancos estadunidenses, coroando o cerco econômico que já vem sendo praticado há cerca de três anos com o objetivo claro de desestabilizar o apoio popular mantido pelo governo de Maduro, à custa de privar a população de medicamentos, de alimentos e de produtos de higiene.

6. Denunciamos os interesses internacionais em apossar-se do petróleo e dos bens naturais que pertencem ao povo venezuelano. Para nós está evidente que o objetivo de Trump é o de apossar-se não só dos bens venezuelanos nos EUA, mas de pilhar o petróleo e os recursos naturais da nação com a instalação de um governo títere. Para tanto, golpes de Estado e ameaças de intervenção militar já foram largamente utilizados, como sabemos, em outras regiões do planeta.

7. Denunciamos a Rede Globo e todas as grandes empresas de comunicação brasileiras e internacionais que manipulam as informações e difundem mentiras sobre o governo de Nicolás Maduro e sobre que está acontecendo na Venezuela, confundindo a população e atuando diretamente na ofensiva internacional para desestabilizar e desconhecer a soberania do povo venezuelano.

8. Defendemos a soberania e autodeterminação do povo venezuelano, que tem o direito de escolher seu próprio destino através da eleição de seus governos, sem nenhuma ingerência externa.

9. Reconhecemos o governo legítimo de Nicolás Maduro, vencedor com 67% dos votos válidos de eleição realizada no dia 20 de maio de 2018 contra quatro candidatos da oposição. Tal eleição esteve sob a supervisão de 200 observadores internacionais, que atestaram a lisura, transparência e legitimidade de todo o processo.

10. Defendemos todas as iniciativas de Diálogo e de Paz que respeitem a soberania do povo venezuelano. Saudamos a iniciativa dos governos do México e do Uruguai que começarão no dia 07 de fevereiro. Saudamos as manifestações do Papa Francisco e todas as lideranças religiosas, artistas, políticos, personalidades e entidades que tem se manifestado neste sentido.

Por fim, nos comprometemos:
– Estaremos em alerta sobre o que está acontecendo na Venezuela, conscientes de que não é somente uma questão de justiça e solidariedade, mas que se trata do destino do povo brasileiro e do povo latino-americano.

– Estaremos mobilizados nas ruas, nos campos, nas universidades, nos sindicatos, nos movimentos, nos partidos, nas igrejas, nos meios de comunicação, e em todos os lugares possíveis de estabelecer um diálogo com a população sobre o quê está acontecendo na Venezuela e sobre por que é tão importante e urgente tomar partido neste momento.

Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela
São Paulo, 06 de fevereiro de 2019.
ASSINAM:
ORGANIZAÇÕES
1. Ação Antifascista
2. Afronte Juventude Anti Capitalista
3. Articulação Brasileira dos Movimentos da ALBA
4. Brigadas Populares
5. Central de Movimentos Populares – CMP
6. Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
7. Central Única dos Trabalhadores – CUT
8. Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz – Cebrapaz
9. Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
10. Centro de Estudos e Pesquisa Ruy Mauro Marini
11. Coletivo Abrebrecha
12. Coletivo Democracia Corinthiana – CDC
13. Comissão Pastoral da Terra – CPT
14. Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – CONTEE
15. Conselho Mundial da Paz – CMP
16. Consulta Popular
17. Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ
18. Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN
19. Corrente Resistência – PSOL
20. Corrente Revolução Brasileira – PSOL
21. Corrente Sindical Unidade Classista
22. Federação Sindical Mundial – FSM
23. Federação Única dos Petroleiros – FUP
24. Fundação Lauro Campos
25. Grupo de Estudos em Educação Ambiental desde el Sur da UNIRIO
26. Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
27. Intifada – Grupo Pró Palestina
28. La Casa Argentino-Cubana y en Solidaridad con los Pueblos Oprimidos
29. Levante Popular da Juventude
30. Marcha Mundial de Mulheres – MMM
31. Movimento Camponês Popular – MCP
32. Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB
33. Movimento de Moradia no Centro – MMC
34. Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
35. Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil – MPP
36. Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
37. Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
38. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
39. Movimento Nacional Contra Corrupção e pela Democracia – MNCCD
40. Movimento Paulista de Solidariedade à Cuba
41. Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM
42. Movimento Terra Livre
43. Movimento Trabalhadores Sem Teto – MTST
44. Partido Comunista Brasileiro – PCB
45. Partido Comunista do Brasil – PCdoB
46. Partido Comunista Operário – PCO
47. Partido dos Trabalhadores – PT
48. Partido Socialismo e Liberdade – PSOL
49. Pastoral da Juventude Rural – PJR
50. Política Econômica da Maioria – POEMA
51. Rede de Médicas e Médicos Populares
52. Refundação Comunista
53. Sindicato dos Professores de Guarulhos – SINPRO/Guarulhos
54. União Brasileira de Mulheres – UBM
55. União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES
56. União da Juventude Comunista – UJC
57. União da Juventude Socialista – UJS
58. União Nacional dos Estudantes – UNE
59. Unidade Popular pelo Socialismo – UP

APOIADORES
1. Aline Cristiane Piva
2. Aurelio Laborda – Médico
3. Berna Menezes – Executiva Nacional do PSOL
4. Celso Sánchez – Professor da UNIRIO
5. Francisvaldo Mendes – Presidente da Fundação Lauro Campos
6. Guilherme Boulos – Ex candidato a presidente pelo PSOL
7. Jair Pinheiro – Professor de Ciência Política na FFC/UNESP/Marília
8. José Carlos Miranda – Conselheiro Fundação Lauro Campos
9. José Reinaldo Carvalho, jornalista
10. Juliano Medeiros – Presidente Nacional do PSOL
11. Lúcia Rodrigues, Jornalista
12. Rodrigo Bocão – Executiva Nacional do PSOL
13. Samuel Pinheiro Guimarães – Embaixador e ex-Secretário-Geral do Itamaraty
14. Socorro Gomes – Presidente do Conselho Mundial da Paz
15. Valerio Arcary – Historiador

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