Colômbia
Comandantes guerrilheiros afirmam que Farc-EP avança no processo de paz
Os comandantes Iván Márquez e Pablo Catatumbo, declararam, em entrevista à televisão, que as Farc-EP estão empenhadas no avanço do processo de paz na Colômbia, apesar dos atrasos na construção dos acampamentos temporários.
Márquez e Catatumbo, membros do Secretariado das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército Popular (Farc-EP) reconheceram que há atrasos nas obras nessas áreas rurais semi-habitadas onde se fará a deposição das armas, mas garantem que continuarão a trabalhar com o Governo para criar as condições necessárias.
Em reportagens transmitidas pelo jornal digital Pazífico Notícias, os dois líderes guerrilheiros concordaram que “deste processo de paz na Colômbia tem que sair um novo país”.
Márquez, em particular, criticou o governo de Juan Manuel Santos pela demora na implementação da anistia para os membros das Farc-EP que estão presos, como está estabelecido nos acordos de Havana.
Nós não vemos libertações em parte alguma e isto não tem precedentes nas histórias dos processos de paz, ocorridos em distintos países ao redor do mundo, disse o líder insurgente, que foi um dos representantes das Farcs nos diálogos de paz ocorridos na capital cubana há quase quatro anos.
Enquanto isso, Catatumbo disse, desde um dos acampamentos sob seu comando que a paz “é uma grande oportunidade para a Colômbia acabar com as ações dos grupos armados de extrema-direita que ainda operam no país e eliminam ativistas sociais e ativistas de direitos humanos “.
Estamos inaugurando uma era histórica na pátria, onde após mais de 50 anos de luta, o Estado, a sociedade e os guerrilheiros devem refletir sobre a Colômbia que queremos para o futuro, disse ele.
Catatumbo, cujo verdadeiro nome é Jorge Torres Victoria, conclamou o Congresso da República a acelerar as discussões para aprovar os decretos pendentes e avançar com o processo de paz já em curso.
O chefe do bloco ocidental das Farc-EP ratificou os objetivos do movimento armado na medida em que “a Colômbia transite do caminho da guerra para o caminho da paz, mas com justiça social”.
Além disso, Márquez e Catatumbo referiram-se ao possível perigo de que a implementação dos acordos de paz fique estagnado, embora eles concordem em que este é um processo irreversível, sem marcha atrás.
Fonte: Prensa Latina