Opinião
China continua caminhando rumo a uma sociedade sem dinheiro físico
Recentemente, uma cantina da Universidade de Zhejiang, no campus de Yuquan, reabriu suas portas, tornando-se de imediato famosa na internet devido à sua tecnologia de pagamentos via reconhecimento facial.
Por Bai Yang
Os frequentadores da universidade atravessam agora um novo processo para conseguirem as suas refeições: Em primeiro lugar, são submetidos ao sistema de reconhecimento facial. Depois de escolhidos os alimentos, o tabuleiro de refeição será exposto a um outro sistema, que identificará os produtos selecionados. Durante este processo, serão determinados os tipos de alimentos, bem como calculada a quantidade, peso, calorias e o custo total da refeição. Todas estas informações, juntamente com o valor nutritivo total, serão enviadas para o celular do comensal, tornando todo o processo muito mais fluído.
Os equipamentos e software de pagamentos via reconhecimento facial são todos eles submetidos a elevados requisitos técnicos e de segurança. Trata-se de uma tecnologia que atravessa ainda uma fase embrionária em todo o mundo. Em setembro do ano passado, o serviço Alipay anunciara que um restaurante da cadeia KFC iria disponibilizar na cidade de Hangzhou o serviço de pagamento via reconhecimento facial. Este acontecimento foi pioneiro a nível mundial no uso desta tecnologia.
Desde então, o reconhecimento facial, juntamente com outros serviços de pagamento não têm parado de surgir. Esta tendência, não só atesta as capacidades tecnológicas da China, como reforça cada vez mais a transição do país rumo a uma sociedade sem dinheiro físico.
Nos últimos anos, a China tem assistido a um desenvolvimento célere da sua indústria de pagamentos móveis. De acordo com o Ministério da Indústria e Informatização da China, os dados referentes ao período entre janeiro e outubro do ano passado, revelam que os pagamentos móveis assumiram uma escala próxima dos 150 trilhões de yuans, ocupando o primeiro lugar a nível mundial. Um outro relatório publicado pela IResearch indica que, durante 2016, a China foi responsável por 54.8% do total de pagamentos móveis recorrendo a plataformas terceiras de pagamento eletrônico à escala mundial.
Além da aposta no mercado doméstico, as empresas de internet chinesas expandiram para mercados externos. No ano de 2017, o Alipay passou a estar disponível em vários negócios dispersos por 36 países e regiões. O número de pagamentos no ano de 2016 registou um aumento de 306% face ao ano anterior. Até julho de 2017, os pagamentos via WeChat Wallet, uma outra plataforma chinesa de pagamentos móveis, havia já expandido para 20 países e regiões no exterior, permitindo transações entre 13 divisas distintas.
Fonte: Diário do Povo