Diplomacia
Chanceler Wang Yi fala em coletiva à imprensa sobre política externa chinesa
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, concedeu nesta quinta-feira (8) entrevista coletiva à imprensa nacional e internacional sobre a política externa chinesa.
Wang Yi disse que nas últimas décadas, o mundo ocidental tem feito várias críticas e prognósticos sobre a China, que podem ser resumidas na “teoria do colapso da China” e na “teoria da ameaça da China”.
“Devido ao desenvolvimento constante do país, a ‘teoria do colapso da China’ está desaparecendo e até mesmo foi ridicularizada. Mas sempre surgem novas versões da ‘teoria da ameaça da China’, também estas cada vez menos populares”, disse o ministro.
Wang Yi ressaltou que a China é um dos países que mais contribuem para o crescimento econômico global e para a redução da pobreza global, criando um milagre na história da humanidade.
“Tendo em conta estes fatores, desde que não existam preconceitos ou padrões duplos, os outros países poderão ver na China uma oportunidade, em vez de uma ameaça. É tempo de acabar com a chamada ‘teoria da ameaça da China'”, reiterou.
O ministro das Relações Exteriores, anunciou que a China continuará a seguir o caminho de desenvolvimento escolhido.
Em sua opinião, a revitalização da economia chinesa não pode ser freada, e tal pressuposto é comumente aceito pela comunidade internacional.
Estados Unidos e guerra comercial
A existência de algumas vozes nos EUA que acreditam que a China quer substituir o papel desse país no plano internacional é, segundo Wang Yi, uma “apreciação estratégica errônea”.
“Nós seguimos o caminho do socialismo com características chinesas. O nosso princípio central é a adesão ao desenvolvimento pacífico. O sucesso reside na cooperação de benefício mútuo. Este é um caminho completamente diferente daquele que foi seguido pelas potências tradicionais. É um caminho que cada vez mais países reconhecem e apoiam”, asseverou Wang.
“Quanto mais desenvolvida é a China, maior é a sua contribuição para o mundo”, prosseguiu, referindo que a tarefa de modernização da China é “ainda longa”. Este processo, garante, não visa à sobreposição do papel dos EUA no mundo.
“Ambas as partes devem respeitar-se mutuamente com base nos três comunicados conjuntos sino-americanos e nos consensos bilaterais, melhorar a sua complementaridade e a cooperação mutuamente benéfica”.
Apesar dos altos e baixos que têm marcado as relações sino-americanas nos últimos 10 anos, “o diálogo e a cooperação sempre foram o principal fio condutor da relação, pois é a única escolha sensata e realista”, afirmou.
O chanceler chinês disse também que as lições da história demonstram que a guerra comercial nunca foi a forma correta de resolver os problemas.
Neste contexto de globalização, a busca de guerras comerciais é uma solução errada, da qual resultarão apenas perdedores. A China responderá a esta situação da forma que entender adequada e necessária, enfatizou.
Enquanto maiores economias do mundo, a China e os EUA têm responsabilidade tanto perante os seus povos, como com os outros países. Os dois lados devem procurar soluções aceitáveis para ambas as partes, pela via do diálogo construtivo.
Com Rússia, ‘o céu é o limite’
As relações de parceria estratégia abrangente entre a China e a Rússia “encontram-se tão estáveis quanto o Monte Tai”, disse o chanceler chinês. “O céu é o limite” para o aprofundamento da cooperação China-Rússia, enfatizou o chanceler.
De acordo com o Wang Yi, a eleição presidencial da Rússia, que se realizará em 18 de março próximo, “será importante para o país e para o seu povo”. Sob a liderança do presidente Putin, a Rússia obteve grandes êxitos em seu desenvolvimento e o presidente Putin conseguiu um apoio firme do povo russo. “Acreditamos que o povo russo fará novamente uma escolha correta”, acrescentou Wang.
Segundo o chanceler, a confiança da China sobre o futuro das relações sino-russas advém da amizade e confiança entre os chefes de Estado dos dois países, do contínuo aprofundamento das relações bilaterais em vários setores, do apoio mútuo nos seus interesses essenciais, da cooperação estreita em assuntos internacionais e do intercâmbio frequente entre ambos os países em diversas áreas.
“Há sempre espaço para tornar as relações bilaterais ainda melhores do que já estão”, acrescentou.
Quanto à cooperação com a América Latina, trata-se de uma ajuda e apoio mútuos, não visando a prejudicar terceiros.
América Latina: desenvolvimento rápido
Segundo Wang, a cooperação sino-latino-americana tem registrado um desenvolvimento rápido, respondendo às necessidades dos países latino-americanos, ajudando à melhoria do bem-estar do povo local e impulsionando a capacidade de desenvolvimento autônomo da região.
O chanceler destacou que nos últimos cinco anos, o presidente Xi Jinping visitou a América Latina três vezes, abrangendo 10 países da região, com os quais, aprofundou a cooperação.
Atualmente, a China é o principal parceiro comercial de vários países latino-americanos, tendo as empresas chinesas criado mais de 1,8 milhão de empregos na região, frisou.
Citando um provérbio chinês, “a distância entre o mar e a montanha não é um obstáculo para quem tem vontade comum”, Wang acrescentou que o Oceano Pacífico conecta a China e a América Latina, tornando-as também parceiras geográficas.
Resistência, com Diário do Povo on line