Resistência

O presidente sírio Bashar al-Assad afirmou que “os Estados Unidos não têm a vontade de atuar contra a “Frente al Nusra” e o “Estado Islâmico” porque considera esses dois grupos terroristas como cartas nas mãos e podem utilizá-las para conseguir realizar sua própria agenda”.

Em uma entrevista à agência Associated Press (AP), o presidente Assad assinalou que os “Estados Unidos não estão dispostos a unir-se à Rússia na luta contra os terroristas na Síria”, e afirmou que “o ataque estadunidense contra as posições do Exército Árabe Sírio em Deir Ezzor foi deliberado”.

Por outro lado, comentou sobre as alegações da Casa Branca acusando a Síria e Moscou de atacar um comboio do Crescente Vermelho e afirmou que “as declarações das autoridades dos Estados Unidos sobre o conflito na Síria não têm nenhuma credibilidade e tudo o que dizem são meras mentiras e bolhas que não têm fundamento”.

Em resposta a uma pergunta sobre o cessar-fogo na Síria, o presidente Assad contestou: “Anunciamos nossa disposição de nos comprometermos com qualquer cessação das operações ou com um cessar-fogo, mas o assunto não depende da Síria ou da Rússia mas dos Estados Unidos, dos grupos terroristas associados à “Frente al Nusra” e ao “Estado Islâmico”, e também depende da Turquia e da Arábia Saudita. Todos esses países declararam publicamente que não estão comprometidos e, em minha opinião, os Estados Unidos não são honestos em seu desejo de chegar a uma cessação da violência na Síria”.

Sobre a possibilidade de alcançar um estado de aliança militar entre os Estados Unidos e a Rússia contra os grupos armados como se estipula no acordo entre Moscou e Washington, o presidente opinou que “na realidade isto não seria possível porque os Estados Unidos não têm a vontade de atuar contra a “Frente al Nusra” ou mesmo contra o “Estado Islâmico” porque crê que esses dois grupos terroristas são uma carta em suas mãos e podem utilizá-las para atingir a realização de sua própria agenda, e se os atacam perderiam uma carta muito importante em relação com a situação na Síria”.

Sobre o ataque da coalizão contra as tropas sírias e se foi um acidente, o presidente Assad disse: “Isto não é verdade. Não foi um acidente cometido por apenas um avião e apenas uma vez. Participaram no ataque quatro aviões e seu ataque contra as forças sírias durou quase um pouco mais de uma hora”.

O presidente explicou também que “os caças não atacaram um edifício em uma rua específica mas atacaram uma ampla zona que abarca muitas colinas”.

“Imediatamente depois do ataque aéreo norte-americano, os combatentes do Estado Islâmico lançaram um ataque contra o Exército sírio”, afirmou o presidente e se perguntou: como os terroristas souberam do ataque?

Sobre se a Síria ou a Rússia atacaram um comboio do Crescente Vermelho esta semana, o mandatário sírio pontuou: “sempre houve dezenas de comboios, talvez de diferentes organizações de todo o mundo que vêm a diferentes áreas na Síria durante os últimos anos, então por que isso não ocorreu antes? Por que ocorre agora?… tudo o que os estadunidenses dizem é mentira e são bolhas sem fundamento na realizade”.

“Essas testemunhas só aparecem quando há uma acusação contra o Exército sírio ou contra os russos, mas quando os terroristas cometem um crime ou uma matança, desaparecem todas as testemunhas e não aparecem os denominados “capacetes brancos”. Que casualidade!” – disse o presidente quando o jornalista se referiu a testemunhas que asseguraram que o comboio foi atacado com mísseis.

Agência Sana