Argentina
Argentinos fazem greve geral contra medidas econômicas de Macri
A Argentina amanheceu completamente parada nesta quinta-feira (6). Trens, ônibus e até as Aerolíneas Argentinas estão paralisados. É o efeito da greve geral, convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) e pela CTA (Central dos Trabalhadores da Argentina) contra as medidas econômicas do governo de Mauricio Macri, que tem causado grande impacto no transporte público. Além da paralisação, há piquetes e focos de manifestação em todo o país.
Houve uma grande queda no tráfego de veículos a partir da meia-noite (hora local), na Grande Buenos Aires, com relação aos dias normais de trabalho. Poucos veículos de transporte público estão funcionando – praticamente, somente os táxis estão circulando pelas ruas da capital argentina. Também diminuiu o tráfego de caminhões que circulam à noite pelas avenidas Huergo e Madeiro, que ligam os principais setores portuários de Buenos Aires.
A empresa Aerolíneas Argentinas cancelou seus voos nacionais e internacionais, que sairiam dos aeroportos de Ezeiza e Aeroparque, por conta da greve, da qual participam a Associação do Pessoal Técnico Aeronáutico (APTA) e a Associação do Pessoal Aeronáutico (APA).
O governo de Buenos Aires decretou a gratuidade dos pedágios das estradas e dos estacionamentos públicos durante o dia de greve, a fim de incentivar os trabalhadores a comparecerem em seus postos de trabalho em seus próprios veículos.
A política econômica de Macri tem levado os argentinos à bancarrota. A inflação atingiu uma das maiores altas dos últimos anos, o índice de desemprego também bate recorde e os reajustes em tarifas de serviços básicos já reduziram em mais de 30% o poder de compra do salário mínimo.
O ministro do Sistema Federal de Meios Públicos, Hernán Lombardi, tenta apresentar outro cenário, mas a greve geral não confirma as informações que ele apresenta. Segundo o representante da Casa Rosada, o governo tem trabalhado para uma “melhora na situação econômica”.
Porém, os índices econômicos apontam para o lado oposto. Em fevereiro, a inflação no país, por exemplo, atingiu 2,5%, de acordo com números divulgados pelo Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos). Em janeiro, o aumento havia sido de 1,3% e, em 12 meses, o índice já atingiu 25,4%, com crescimento de 3,5% só no primeiro bimestre do ano.
Em resposta, há meses a Casa Rosada permanece cercada de manifestações quase diárias. A onda de mobilização popular culminou nesta greve geral que promete manter o país completamente paralisado nesta quinta-feira.
Fonte: Portal Vermelho