Luta pela igualdade é internacional
América Latina no Dia Internacional da Mulher: compromisso e luta
Neste último 8 de Março, o Dia Internacional da Mulher foi cheio de compromisso e de luta das mulheres da América Latina, dia de reivindicação contra a discriminação de gênero e pelo direito à igualdade.
No Brasil, movimentos sociais, centrais sindicais e organizações estudantis de todo o país fizeram um chamado a suas companheiras para paralisar a nação nesta quarta-feira (8) a fim de manifestar sua resistência contra as reformas do governo misógino e machista de Temer.
A Central de Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil afirmou que as brasileiras pediram o fim da violência de gênero e dos retrocessos governamentais.
“Já é hora de dizer basta”, destacou a organização antes de enfatizar que “todas juntas podemos derrotar o machismo que nos oprime e construir um mundo onde predomine a justiça e a igualdade”.
Em Assunção, Paraguai, colunas de mulheres marcharam até o Panteão dos Heróis, no Centro Histórico da cidade, no qual denunciaram os abusos e maus-tratos aos quais são submetidas e a pouca ou nenhuma solução do governo.
Por sua vez, na Bolívia, Evo Morales anunciou a criação de um comitê interinstitucional para dar cumprimento às leis e normas em benefício das mulheres.
O presidente boliviano ressaltou, em comunicado à imprensa, que a violência contra o erroneamente denominado sexo frágil é uma questão que passa por ensinamentos familiares e por instâncias judiciais.
Ao comemorar esta data no Uruguai, a Frente Ampla (FA) ratificou ser uma força política comprometida com o direito das mulheres e a igualdade de gênero.
A coalizão dos partidos de esquerda manifestou seu compromisso com as organizações da sociedade civil e destacou uma “série de reformas fundamentais”, desde sua chegada ao poder em 2005, a fim de ampliar e garantir os direitos sociais, econômicos, políticos e civis das mulheres.
Convocada pelos movimentos sociais e centrais sindicais, uma mega marcha para comemorar o Dia Internacional da Mulher e recordar os 18 anos do feriado bancário que provocou a crise de 1999 foi protagonizada pelas equatorianas.
A concentração tornou-se uma homenagem às equatorianas, que ressaltaram as conquistas alcançadas principalmente nos 10 anos de revolução cidadã liderados pelo presidente Rafael Correa.
A Venezuela, por sua vez, rendeu seu tributo com o traslado dos restos simbólicos de três heroínas, entre elas, Matea Bolívar, a primeira professora de Simón Bolívar, até o Panteão Nacional.
Na ocasião do Dia Internacional da Mulher, Matea e Hipólita Bolívar, que incutiram no libertador (Simón Bolívar) o senso de justiça, liberdade e igualdade, receberam a homenagem de seus compatriotas junto com Apacuana, uma índia que se levantou contra o domínio espanhol, sendo uma das primeiras pessoas que lutou pela independência da Venezuela.
Ao mesmo tempo, em Lima e outras cidades peruanas, as trabalhadoras exigiram igualdade e renderam homenagens às vítimas de feminicídios, reivindicando justiça para elas.
“Não só exigimos que os direitos da mulher trabalhadora e da dona de casa sejam respeitados, e que os feminicídios sejam punidos, mas também expressaremos nossa posição favorável ao novo currículo escolar porque a inclusão é respeito a todos os seres humanos, sem distinção”, destacou Diana Miloslavic, da associação Canto à Vida.
Ao chamado da Greve Internacional das Mulheres, que se estendeu por cinco cidades argentinas, as trabalhadoras pararam para realizar assembleias e reuniões.
“Elas levantaram suas vozes ao grito de “Nenhuma a menos”, nós paramos em reivindicação por todas que são violentadas, acusadas e sobretudo assassinadas, um fenômeno que atinge fortemente esta nação do Cone Sul”.
Resistência, com Prensa Latina, tradução e edição de Luci Nascimento