Opinião
A Rússia poderá garantir sua segurança nuclear, apesar do rompimento de acordos pelos EUA
Enquanto estão em andamento as negociações entre os dois países, em vista da expiração do tratado e Start-3 (Tratado Estratégico para a Redução e Eliminação de Armas Ofensivas) e da possibilidade de os Estados Unidos não o renovarem, a Rússia diz estar preparada para enfrentar qualquer cenário e ser capaz de garantir sua própria segurança
Por Mauro Gemma – “Temos certeza absoluta de que podemos garantir nossa segurança mesmo sem esse tratado”, enfatizou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, sobre o futuro do acordo, que expirará em fevereiro do próximo ano.
Atualmente, o Start-3 é o único acordo que liga os Estados Unidos e a Rússia desde agosto de 2019, quando os Estados Unidos se retiraram do Tratado de Eliminação de Mísseis de Curto e Médio Alcance (INF), assinado em 2010.
No final de junho passado, Rússia e Estados Unidos discutiram em Viena a possibilidade de estender por pelo menos cinco anos o tratado Start-3, assinado há dez anos em Praga, que limita os arsenais das duas potências nucleares.
Lavrov enfatizou que Moscou está preparada para enfrentar qualquer cenário em vista da possível saída dos EUA do tratado e reiterou, no entanto, que seu país “continuará a investir no diálogo com os Estados Unidos sobre questões estratégicas e novos instrumentos de controle de armas. “
O chefe da diplomacia russa chamou a atenção para a importância de estender o acordo, que ele considera necessário não apenas para Moscou, mas também Washington. Lavrov enfatizou que os riscos nucleares aumentaram significativamente nos últimos tempos. “A situação da segurança internacional e da estabilidade estratégica está se deteriorando”, afirmou.
Lavrov acusou os Estados Unidos de serem a causa dessa situação, com a intenção de “recuperar o domínio global e alcançar a vitória no que é chamado de rivalidade das grandes potências”. Segundo o ministro, Washington renunciou à expressão “estabilidade estratégica”, substituindo-a pela “rivalidade estratégica”.
O chefe da diplomacia russa disse que durante a futura cúpula dos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido), cuja data ainda não foi definida, seu país promoverá a tese segundo o qual a guerra nuclear deve ser absolutamente evitada. E ele achou preocupante que a Casa Branca se recuse a reconhecer que uma conflagração nuclear é inaceitável.
Fonte: www.marx21.it