Japão
Partido Comunista Japonês condena apoio do governo à política nuclear de Trump
Fujino Yasufumi, membro do Partido Comunista Japonês (PCJ) e deputado da Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados brasileira – o PCJ tem doze deputados), em uma reunião do Comitê de Orçamento da Câmara em 14 de fevereiro, disse que a nova “Revisão da Postura Nuclear”, da administração Trump dos EUA, publicada recentemente, aumentará a probabilidade de levar armas nucleares dos EUA ao Japão.
Criticando o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe por elogiar esta RPN, Fujino exigiu que o Japão retire o apoio à nova política nuclear dos Estados Unidos.
De acordo com a nova RPN, os EUA “manterão e aumentarão, conforme necessário, a capacidade de encaminhar bombas nucleares e DCAs (aeronaves aliadas de dupla capacidade) em todo o mundo”, incluindo o Nordeste da Ásia, e “manterão o alcance da capacidade de armas nucleares flexíveis necessárias para impedir a agressão nuclear ou não nuclear contra os Estados Unidos”.
Em outras palavras, a nova RPN é muito diferente daquelas do passado, abrindo grandemente a possibilidade do uso de armas nucleares. O primeiro-ministro Abe Shinzo e o Ministério das Relações Exteriores do Japão estão plenamente conscientes desta mudança de política, denunciou o representante do PCJ.
Já os aviões de combate secretos F-35A sobre os quais os EUA incorporarão capacidades nucleares, em algum momento no futuro, serão temporariamente implantados na base estadunidense de Kadena, em Okinawa.
Além disso, desde 2010 os EUA preparam um moderno míssil de cruzeiro lançado por mar com armas nucleares (SLCM) como um substituto dos mísseis de cruzeiro Tomahawk.
Segundo o deputado comunista japonês, “com esta nova política nuclear, as armas nucleares dos EUA se tornam também implantáveis no Japão. Então, os Três Princípios Não Nucleares do Japão (não produzir, não possuir e não permitir a entrada de armas nucleares) vão entrar em colapso”.
O primeiro-ministro, em resposta, justificou seu endosso à nova RPN dizendo: “Os EUA entendem a posição do Japão sobre os Três Princípios Não Nucleares. Portanto, nenhuma arma nuclear será trazida para o nosso país”.
Fujino contraditou: “A entrada de armas nucleares no Japão pode tornar-se uma realidade” e questionou a evidente contradição entre os princípios não nucleares do Japão e a política nuclear de seu aliado, os Estados Unidos.
Fonte: Japan Press Weekly, tradução da redação do Resistência