Resistência

Os comunistas armênios publicam importante nota sobre o conflito em Nagorno Karabakh. Leia a íntegra

No dia 27 de setembro, as Forças Armadas do Azerbaijão lançaram um ataque a alvos dentro de Artsakh (o enclave de Nagorno-Karabakh) e reacenderam um conflito perigoso que pode aumentar rapidamente e ameaçar ainda mais a paz e a estabilidade no país numa região já instável.

O Partido Comunista da Armênia condena veemente e inequivocamente a investida das forças militares azerbaijanas e seus apoiadores turcos, bem como a retórica covarde de seus líderes políticos, que foi deliberadamente dirigida contra civis em Artsakh e na Armênia.

Os atacantes tinham como alvo não apenas posições defensivas armênias, mas também populações civis e infraestrutura. Existem testemunhos de inúmeras baixas, tanto civis como militares, resultantes dessa agressão desenfreada.

Estamos seriamente preocupados com os relatos generalizados de recrutamento em grande escala de combatentes jihadistas mercenários nos últimos meses para serem enviados ao Azerbaijão para ajudar as forças militares azerbaijanas regulares em sua invasão planejada de Artsakh. Instamos veementemente as Nações Unidas a investigarem esses eventos a fundo e exortamos o governo turco a renunciar a tais práticas. Todas essas forças mercenárias deveriam ser desmanteladas imediatamente e repatriadas para seus países de origem.

Também estamos preocupados que o presidente turco Recep Tayyip Erdogan tenha sido apontado como responsável pelo apoio ameaçador de seu país a um ataque em larga escala à República da Armênia com o objetivo de derrubar seu governo legítimo democraticamente eleito. Acreditamos que tais declarações de intenções violam a Carta das Nações Unidas e o direito internacional. O Partido Comunista da Armênia condena veemente e inequivocamente essas declarações provocativas!

O Partido Comunista da Armênia pede ao povo que mantenha a calma, o equilíbrio e a moderação necessárias para garantir a estabilidade e a ordem em nossas comunidades. Portanto, é necessário que o povo armênio se abstenha de qualquer ultranacionalismo impulsivo, ou se entregue à histeria etnossectária, como uma resposta a esses problemas.

É nossa opinião, nas atuais circunstâncias, que todas as forças e pessoas progressistas e patrióticas da Armênia demonstrem extrema disciplina na resistência à agressão em todas as suas manifestações, apoiando totalmente o Estado armênio e suas forças armadas.

O Partido Comunista da Armênia apela a todas as pessoas amantes da paz ao redor do mundo, bem como às forças de esquerda e progressistas em todo o mundo, a se unirem pela paz e condenarem a agressão militar desencadeada contra a população civil e indefesa de Artsakh e das cidades fronteiriças da Armênia. Agradecemos os esforços do governo da Federação Russa para interromper o derramamento de sangue e trazer um cessar-fogo imediato, e pedimos ao presidente russo, Vladimir Putin, que use sua influência e autoridade internacionais para facilitar o movimento em direção a uma iniciativa internacional destinada a pôr fim rapidamente a este conflito. Pedimos também ao governo da Federação Russa que honre sua nobre história como um aliado de princípios e vizinho da Armênia em seus momentos mais sombrios.

O Partido Comunista da Armênia condena veementemente qualquer intervenção externa nos assuntos internos da Armênia, a tentativa de violar suas fronteiras e minar a estabilidade do país. Nosso Partido apela a um cessar-fogo imediato e incondicional que conduza a negociações para um acordo de paz permanente sob os auspícios da ONU e com base na Carta das Nações Unidas. 

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Publicado em Marx21. Traduzido do russo para o italiano por Mauro Gemma; tradução para o português por José Reinaldo Carvalho para Resistência