Equador

Ordem de prisão de Rafael Correa é novo caso de perseguição política

06/07/2018

Políticos e acadêmicos latino-americanos consideram as ações judiciais empreendidas contra o ex-chefe de Estado equatoriano Rafael Correa como mais um caso de perseguição contra líderes progressistas na América Latina.

Nesta semana a juíza Daniela Camacho decidiu decretar a prisão preventiva do ex-presidente equatoriano pelo suposto sequestro em 2012 do então legislador Fernando Balda, e emitiu alerta vermelho para que a Polícia Internacional (Interpol) o detenha e extradite a Quito.

‘Está em curso um plano regional sistemático que criminaliza o progresismo na América Latina e realiza golpes de Estado suaves com os Estados Unidos à cabeça’, advertiu o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel em sua conta do Twitter.

Com esta opinião coincidiu o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que recordou os casos dos ex-presidentes Cristina Fernández, de Argentina, e Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil.

Lula encontra-se preso há 90 dias, acusado de delitos que não cometeu, em uma manobra que procura desabilitá-lo para as próximas eleições presidenciais, em que lidera todas as intenções de voto.

‘Primeiro Cristina. Depois Lula. Agora Rafael Correa. Que cesse a perseguição contra líderes autênticos de nossa América’, escreveu Maduro nas redes sociais.

Em reiteradas ocasiões, Correa tem manifestado que as autoridades não possuem provas para vinculá-lo ao caso Balda e fez questão de afirmar que se trata de um complô contra ele.

Da Bolívia, o presidente Evo Morales expressou sua solidariedade com o líder da Revolução Cidadã, denunciou a politização da justiça equatoriana e a intenção de encarcerar um inocente.

‘Lamentamos que defensores dos povos, que lutaram para defender os direitos das pessoas simples e humildes, hoje estejam sendo perseguidos’, declarou, por sua vez, o chanceler boliviano, Fernando Huanacuni.

Também o ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya expressou seu apoio a Correa ante esta ‘caçada e seus autores’.

Zelaya foi derrubado em 2009 por um golpe de Estado orquestrado pela oligarquia, com o apoio de Estados Unidos.

‘Uma nova ofensiva carregada de infâmia e calúnia é desencadeada contra o presidente Rafael Correa’, escreveu Zelaya no twitter.

O advogado defensor de Correa, Caupolicán Ochoa, advertiu que apelará ante a Promotoria Geral do Equador e denunciará as arbitrariedades e irregularidades cometidas durante o processo.

Resistência, com Prensa Latina

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