Resistência

A Organização pela Libertação da Palestina (OLP) condenou nesta sexta-feira (23) a demolição por parte de Israel de dezenas de lojas de propriedade palestina no acampamento de refugiados de Shufat, em Jerusalém Leste, ocupada pelo Estado sionista.

Hanan Ashrawi, membro do Comitê Executivo da OLP, denunciou em um comunicado que a estratégia de Tel Aviv de promover a limpeza étnica em Jerusalém Leste e deslocar os palestinos que vivem na região converteu-se em uma política oficial.

Com a intenção deliberada de erradicar ilegalmente a identidade, presença, narrativa e história palestinas da cidade e de substituir a população originária por colonos judeus extremistas, Israel tem intensificado seus esforços para levar a cabo as demolições de estruturas palestinas em toda a Jerusalém ocupada, assinalou Ashrawi.

Na última quarta-feira, as escavadeiras israelenses demoliram mais de 20 lojas de propriedade palestina no acampamento de refugiados de Shufat.

As autoridades declararam que a Administração Civil Israelense irrompeu na região e enviou avisos de demolição aos estabelecimentos, dando o prazo de apenas 12 horas para evacuar o local antes de iniciar as demolições.

Thaer Fasfous, porta-voz do partido dirigente palestino Al-Fatah em Jerusalém, declarou que a campanha de demolição foi executada sob o pretexto de que esses estabelecimentos foram construídos sem a permissão israelense.

De acordo com a Autoridade Palestina, Tel Aviv rejeita quase todas as solicitações palestinas de permissões de construção na Área C da ocupada Cisjordânia, o que obriga as comunidades a construírem de maneira ilegal.

No entanto, estima-se que 550 mil colonos judeus israelenses em território palestino recebem permissões de construção e lhes permitem expandir seus lares e propriedades, apesar de viverem em assentamentos que violam o direito internacional.

Ashrawi refutou a afirmação do governo israelense, de que essas edificações no acampamento de refugiados de Shufat foram construídas sem licenças.

Israel cria fato para transformar geográfica e demograficamente Jerusalém Leste, expulsando ilegalmente os palestinos – particularmente os refugiados – da cidade santa e consolidando sua ocupação contra o povo oprimido, afirmou a alta funcionária.

Resistência, com Prensa Latina