Síria
O papel da ONU na Síria é parcial, afirma Bashar al Assad
A atuação da ONU na Síria deixa de ser neutra e é parcial devido à influência dos Estados Unidos, França e Reino Unido, afirmou o presidente Bashar al Assad em entrevista a meios de comunicação belgas divulgada nesta terça-feira (7), em Damasco.
Nesse sentido, o mandatário sírio enfatizou que “a maioria dessas instituições não estão trabalhando para alcançar a estabilidade no mundo nem para buscar a verdade, essas instituições são politizadas e trabalham para implementar a agenda de certos países”.
A Síria é para os sírios e a paz tem dois componentes fundamentais que consistem na luta contra o terrorismo e no diálogo entre os sírios para determinar o futuro de seu país e seu sistema político, reiterou Al Assad nas resenhas informativas publicadas.
Assegurou também que a paz neste país não depende das negociações em Astana, capital do Cazaquistão, mas que está associada com a detenção do fluxo de terroristas para a Síria e congelar o apoio oferecido a partir da Turquia e dos estados do Golfo e de países ocidentais como França, Grã-Bretanha e Estados Unidos.
Astana é uma das iniciativas sobre o tema, e busca materializar um diálogo entre os sírios, mas acrescentou que ainda é muito cedo para julgar seus resultados, ainda que a primeira reunião tenha sido positiva porque foi focada nos princípios de preservar a unidade desta nação e que seu povo decida seu próprio destino, destacou o presidente.
Nosso dever constitucional e legal como Governo, Exército e instituições do Estado é defender o povo sírio, utilizando todos os meios, afirmou.
“De fato, desde o início da crise ou da guerra na Síria temos utilizado todas as vias possíveis para levar os grupos armados à mesa de negociações, mas quando se fala de terroristas, quando se fala de Al Qaeda, quando se fala de ‘al Nusra’ e ‘Daesh’, não penso que alguém no mundo acredite que estes estão dispostos ao diálogo, porque têm uma ideologia extremista que não aceita nada que tenha relação com um Estado civil ou um país civilizado”, afirmou.
A esse respeito, Al Assad sublinhou que a operação da coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico, Daesh, é artificial e fictícia porque esses “ataques são ilegais e se realizam sem consultar o legítimo governo sírio”, e isso se une ao fato de que a Europa Ocidental não tem presença política, mas que “segue seu amo estadunidense”.
Sobre a posição de Washington, o presidente indicou que “temos ouvido as declarações feitas por Donald Trump durante e após sua campanha eleitoral e ainda que seja algo promissor em relação à primazia de lutar contra os terroristas – isto é o que temos pedido durante os últimos seis anos – temos que aguardar, ainda é muito cedo para esperar algo prático”.
Al Assad recordou que “sempre tem havido más intenções de diversos Estados para desestabilizar a Síria”.
Fonte: Portal Vermelho com Prensa Latina