Cuba
O empenho de Cuba por paz e estabilidade, desenvolvimento e progresso social
Cuba chega a este 15 de novembro em festa por ter alcançado grandes êxitos no enfrentamento à pandemia de covid 19, na retomada do fluxo de turistas, na volta às aulas e abrindo boas perspectivas para o crescimento da economia. É neste contexto que, insuflados e financiados pelos EUA, grupos de oposição programaram a realização de manifestações contrarrevolucionárias. Leia artigo do dirigente comunista José Reinaldo Carvalho
Por José Reinaldo Carvalho (*)
Neste 15 de novembro, o governo cubano e sua população comemoram recentes feitos, vitórias importantes alcançadas em 2021: o controle da pandemia, a reabertura das escolas, os primeiros sinais de recuperação econômica e a retomada em larga escala do turismo internacional.
Um momento especial, que se soma ao histórico de vitórias da Revolução. Durante 62 anos, desde o triunfo da Revolução dirigida pelo Comandante Fidel Castro, o povo cubano temperou seu espírito de combate enfrentando e vencendo constantes desafios. Sob a liderança do governo revolucionário, construiu, de vitória em vitória, um país socialista, independente, promotor e defensor dos direitos sociais, sob uma concepção de solidariedade, igualdade e justiça. Cuba tem sido exemplar em todo esse percurso na garantia de uma vida digna para seu povo, soergueu uma nova civilização, assegurando plenos direitos à educação, saúde, ciência, cultura, artes e desportos.
Orientado por uma ideologia emancipadora e por arraigadas convicções revolucionárias, o país edificou um sistema político novo, exercido por meio de mecanismos originais de protagonismo popular, uma forma peculiar de realização de um dos pressupostos do socialismo – o povo no poder.
No mundo, Cuba exerceu o internacionalismo, compartilhou o que tinha com os povos irmãos. O mais luzente exemplo disto é a presença do “exército de batas brancas”, que acode sem pedir nada em troca, em países assolados por epidemias e desastres. Durante a pandemia de covid 19 a façanha se repetiu. Não à toa as Brigadas Médicas Cubanas Henry Reeve foram apontadas por organizações sociais estrangeiras para serem agraciadas com o Prêmio Nobel da Paz.
O imperialismo estadunidense nunca tolerou a existência de Cuba revolucionária e socialista. Desde sempre, os círculos dominantes dessa potência olhavam o grande Oceano à sua volta e o conceituavam como “mare nostrum”, levantavam a vista e miravam as terras adiante como alvo a conquistar, com fins neocolonialistas. Acreditando que a “América” é sua possessão natural, enviaram a toda a parte desta terra seus marines e negociantes para ocupá-la, explorá-la, dominá-la e saqueá-la. Como poderiam os EUA suportar a existência a umas poucas dezenas de milhas de uma fortaleza inexpugnável, rebelada diante de tais ambições?! É por isso que o imperialismo norte-americano manteve-se em plena e constante ofensiva para esmagar a maior das Antilhas.
Com justo orgulho, Cuba e seus amigos espalhados pelo mundo sempre tiveram muito a comemorar. Os cubanos celebram em meio a essas conquistas também as vitórias contra o bloqueio, cruel mecanismo praticado pelo imperialismo estadunidense para estrangular o país e provocar a contrarrevolução. Acostumados com a ideia de que resistir já é vencer, os cubanos se regozijam com suas conquistas sabendo que ao realizá-las estão derrotando um império assassino e dando um passo adiante em sua gloriosa caminhada.
É este o espírito que preside as ações do governo e da população cubana ao iniciar-se a segunda quinzena deste novembro de 2021. O país chega a este 15 de novembro em festa por ter controlado a pandemia, com 70% da população totalmente imunizada. Cuba comemora também nesta data a reabertura das escolas e a retomada, com grande fôlego e larga escala, da atividade turística, importante fonte de receitas da economia, que começa a entrar em um período de recuperação, fruto das reformas introduzidas a partir do 8º Congresso do Partido Comunista visando ao aperfeiçoamento do modelo econômico. Essas reformas estão desencadeando novas dinâmicas, revelando novas capacidades e abrindo novas possibilidades de progresso.
Em meio a tantas novidades, uma em especial chama a atenção das pessoas que em muitos países se preparam para visitar Cuba: o governo estabelecerá normas que assegurem a vacinação dos turistas que desejarem fazê-lo.
É nesse contexto que os fautores da guerra híbrida, a máquina de intervenções e golpes, que tem por sede a Casa Branca, o Departamento de Estado, o Pentágono e a CIA estão mobilizando mercenários para provocar distúrbios e criar uma situação instável em Cuba neste 15 de novembro. Os Estados Unidos já fizeram muitas tentativas de liquidar a Revolução Cubana. Ultimamente, desde o governo Trump, a Casa Branca adotou medidas adicionais que tornaram ainda mais duro o bloqueio. O atual presidente, Joe Biden, as mantém integralmente, e acalenta a ilusão de que Cuba se torne um Estado falido, criando-se uma situação em que seria incontornável a “ajuda” norte-americana para “salvar” o país.
A montagem que os EUA estão fazendo para este 15 de novembro é uma operação de desestabilização, com recursos financeiros e materiais e a mobilização de agentes a seu serviço em Cuba, em que a intensa propaganda contrarrevolucionária se vale do uso tóxico dos modernos meios de comunicação e das plataformas das redes sociais. Não estamos diante de algo inovador na essência. Apenas busca-se uma forma aparentemente sutil de intervenção. Uma guerra híbrida baseada em hipocrisia.
As manifestações contrarrevolucionárias programadas para este 15 de novembro, assim como as de 11 de julho último, têm esse sentido. Há evidências comprovadas da ação da Embaixada dos EUA em Havana para instrumentalizar o movimento.
Em boa hora, a direção revolucionária cubana – o Partido Comunista, os órgãos de Estado e Governo, as organizações populares – passaram as últimas semanas reafirmando ao mundo que não permitirão o vilipêndio de sua soberania.
Fora das fronteiras cubanas, cresce o solidariedade ao país socialista caribenho, assumido pelos movimentos de solidariedade como um dever inquebrantável e incondicional.
As verdadeiras intenções das manifestações anticubanas programadas para este 15 de novembro são a desestabilização do país para aplainar o terreno visando a desencadear ações golpistas e intervencionistas.
São intenções malignas, que contrastam com o espírito da época, que é o de fazer avançar os valores da paz e do desenvolvimento, direito sagrado de todos os povos, direito inalienável do povo cubano.
(*) Jornalista, editor do Resistência.cc, membro do Comitê Central e da Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil e secretário-geral do Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz