Sionismo
O apartheid praticado por Israel é intocável
Rima Khalaf, secretária executiva da agência das Nações Unidas para a Ásia Ocidental (ESCWA, na sigla em inglês), anunciou na última sexta-feira (17), em Beirute, a sua demissão, depois das pressões do Secretariado da ONU para que retirasse um relatório que acusava Israel de impor uma política de apartheid aos palestinos.
O relatório publicado na quarta-feira (15), pela Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia Ocidental, com sede na capital libanesa, concluía, sem qualquer sombra de dúvida, que Israel é culpado da prática do crime de apartheid contra o povo palestino, “tal como legalmente definido nos instrumentos de Direito internacional”, refere, numa nota, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).
“Sublinhando o caráter intencional das políticas de Israel para manter a dominação judaica em Israel e nos territórios palestinos ocupados”, o relatório dá especial ênfase às políticas discriminatórias de Israel no que respeita à terra, bem como a políticas de “engenharia demográfica”.
Pressões e submissões
Logo na quarta-feira (15), os Estados Unidos da América, principal aliado de Israel, fizeram notar a sua repulsa face à publicação do relatório. Por seu lado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez saber, através de um porta-voz, que o relatório fora publicado sem consultar o Secretariado do organismo e que “não reflete as opiniões do secretário-geral”.
Na quinta-feira (16), a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, manteve a pressão, afirmando que “o Secretariado (…) deve ir mais longe e retirar inteiramente o relatório”. Guterres pediu que o relatório fosse retirado do portal da ESCWA; e tal veio a concretizar-se na sexta-feira.
Na conferência de imprensa que deu em Beirute, na própria sextat-feira, a diplomata jordaniana Rima Khalaf confirmou que foi pressionada por António Guterres para retirar o relatório que aponta e define o apartheid imposto pelos sionistas sobre o povo palestino.
“Era de esperar que Israel e os seus aliados exercessem grandes pressões sobre o secretário-geral das Nações Unidas”, disse Khalaf, que se manteve firme na defesa do relatório apresentado.
Orgulhosa, classificou-o como o “primeiro do seu gênero”, divulgado por uma agência da ONU, a chamar a atenção para “os crimes que Israel continua a cometer contra o povo palestino, que equivalem a crimes de guerra contra a humanidade”, informa a Prensa Latina.
Fonte: AbrilAbril