Resistência

A ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, encontra-se no Uruguai para participar no ato que a central sindical PIT-CNT realizou no marco da greve parcial que durou de 9 às 13 horas desta sexta-feira (4).

Dilma visitou na manhã desta sexta-feira a sede da central sindical e falou no ato realizado na Praça da Liberdade. Também tomaram a palavra o presidente da central, Fernando Pereira, e o secretário-geral, Marcelo Abdala. O ato foi o encerramento de uma marcha da central sindical em protesto pelo estancamento da rodada de negociação salarial.

O secretário geral da PIT-CNT, Marcelo Abdala, deu as boas vindas a Dilma Rousseff. A ex-presidenta brasileira começou seu discurso dizendo: “Queridos e queridas, é para mim uma honra ter sido convidada pela PIT-CNT para participar deste ato pela democracia e que confirma a solidariedade entre nossos povos e nossos movimentos”.

“Estamos aqui para afirmar a importância da democracia” e dizer que a “democracia está correndo risco em nossa região”, agregou, defendendo a opinião de que “no Brasil, por exemplo, foi concretizado um golpe que retirou do poder uma presidenta” eleita por “55 milhões de votos”.

A ex-mandatária disse que no Hemisfério Sul “vemos, como no caso do Brasil, uma tentativa de retroceso, de voltar a uma situação passada”.

“Me preocupa muito que este seja um processo que tenha uma característica continental. Devemos colocar a democracia no centro de nossas lutas. Sem democracia não temos como lutar contra as desigualdades, como ser solidários e construir cooperación entre nossos povos”, disse.

Dilma afirmou que “os direitos trabalhistas conquistados com quase um século de luta” estão agora “profundamente ameaçados”.

Vemos uma grande insegurança nas pessoas e isso se deve a que em alguns processos as pessoas são ameaçadas de perder seus empregos” (…) o papel da democracia é fazer com que nos reconheçam como pessoas com igualdade de direitos”, disse.

“Estou muito feliz de estar aqui e ver a força da solidariedade do povo uruguaio. E sei que aqui no Uruguai, foi daqui que saíram grandes conquistas para a humanidade na era moderna. E tenho a certeza de que, pelas qualidades de líder do Uruguai, que teve Pepe Mujica como presidente, um líder, é um país que tem todas as condições para ajudar a transformar as condições de vida dos povos latino-americanos”.

“Defendemos a democracia no Uruguai e com a mesma firmeza a do Brasil”.

O presidente da PIT-CNO, Fernando Pereira, disse que “da mesma maneira, com a mesma dureza e a mesma força defendemos a democracia no Brasil e se um governo foi votado por 55 milhões de brasileiros, não concebemos que por um artifício inconstitucional se afaste uma presidenta”.

Fonte: El Pais (Uruguai)