Resistência brasileira
No Brasil, direita aposta tudo no golpe mas enfrenta a crescente resistência democrática
A mídia empresarial e parcelas do judiciário, unidas com o que existe de mais reacionário e corrupto na política brasileira, aumentam o tom visando intimidar a resistência democrática, nestes dias que antecedem a votação do impeachment na Câmara dos Deputados, prevista para começar no domingo (17). Recrudescem as manobras espúrias da aliança golpista.
Como advertiu nesta terça-feira (12) a presidenta Dilma Rousseff, os próximos dias serão de ataques à sua imagem através de informações falsas, vazamentos ilegais de delações e manchetes escandalosas. “Eles caluniam enquanto leiloam posições do gabinete do golpe. Peço que todos estejam atentos e vigilantes. Tentarão de tudo, nos intimidar, nos tirar das ruas. Não aceitem provocações. Mantenham-se unidos porque não somos do ódio”.
Dilma acertou ao apontar o motivo principal da ofensiva final dos golpistas: eles sentem que cresce em amplas parcelas do povo a consciência da trama sórdida em curso. Nesta segunda-feira (11), entre 50 a 60 mil pessoas tomaram as ruas do Rio de Janeiro em repúdio ao golpe. O ato, que contou com a presença do ex-presidente Lula, foi prestigiado também por artistas e intelectuais, mas a mídia minimiza e esconde sua repercussão.
Dilma denunciou ainda a existência de dois chefes do golpe de Estado em andamento, referindo-se, obviamente, a Eduardo Cunha e Michel Temer: “Um deles é a mão, não tão invisível assim, que conduz, com desvio de poder, o processo de impeachment. O outro esfrega as mãos e ensaia a farsa do vazamento de um pretenso discurso de posse”, disse.
No dia 17, milhares de brasileiros irão se manifestar em todos os Estados da nação defendendo a democracia tão duramente conquistada e não se deixarão intimidar pelas manobras dos golpistas. Veja, abaixo a íntegra do vídeo com o discurso do ex-presidente Lula no ato do dia 11 no Rio de Janeiro.