PCdoB

No aniversário de João Amazonas

02/01/2019

Por José Reinaldo Carvalho (*)

Na passagem do Ano Novo, comemoramos também o aniversário natalício do camarada João Amazonas (1912-2002). A nossa homenagem àquele que assumiu de maneira consequente o compromisso de defender e construir o PCdoB como partido revolucionário de combate. Um compromisso que as atuais gerações de comunistas renovam como um imperativo da época.

Mais do que nunca, é preciso seguir o exemplo do camarada João Amazonas, exercendo a batalha das ideias, reiterando o apego ao ideal comunista e o empenho para que o Partido Comunista do Brasil fortaleça-se como partido de combate, mantendo vivo o ideal de construir a nova sociedade da fraternidade humana.

A defesa e a construção do Partido Comunista do Brasil se impõem com tanto maior força no momento em que sofreu um revés eleitoral, fruto de erros de condução, inseparáveis de desvios teóricos, ideológicos, políticos e orgânicos. Concepções errôneas de Partido acarretam prejuízos práticos, organizativos e políticos. A superação dos problemas decorrentes não será feita percorrendo atalhos ou adotando soluções artificiais.

O velho João Amazonas ensinava que a defesa e a construção do Partido partem do pressuposto da identidade e definição ideológica. Foi esta a razão pela qual decidiu refundar o PCdoB em 1962. Sem a identidade comunista e a adesão à teoria marxista-leninista da revolução social, nada seríamos. Nem seremos.

É a nossa essência, que fornece os atributos para o bom exercício da estratégia, da tática e da política de organização. Um Partido Comunista não se afirma pela autoproclamação, mas exercendo políticas de acumulação revolucionária de forças – em tudo afastadas de tendências à adaptação oportunista à ordem vigente -, realizando políticas de alianças que não diluem o objetivo estratégico nem subordinam a organização comunista aos desígnios de forças nacionalistas burguesas e pequeno-burguesas, mesmo quando se apresentem como integrantes do campo da “esquerda” ou do “centro democrático”.

Uma peculiaridade da afirmação do Partido Comunista é o esforço pela ampliação de suas fileiras, que não admite estreiteza nem rigidez, menos ainda a transformação da organização leninista – regida pelo centralismo-democrático – num ajuntamento amorfo, voltado para o eleitoralismo e a busca carreirista de cargos institucionais.

O Partido Comunista, como organização, ideologia e linha política, demarca-se de qualquer outro partido ou instituição – governos locais e nacional, igrejas, forças armadas, parlamento etc. -, ainda que com estas possa taticamente convergir no âmbito de políticas pontuais e frentes conjunturais, blocos parlamentares e alianças de movimentos sociais.

Na chegada do Ano Novo, são tantas as questões a debater, é tão necessária a inteligência coletiva, que nenhuma serventia têm o preconceito, a censura prévia, as discriminações e a fúria demissionista, atitudes alheias à dialética. E á ética, termo injustamente indexado como pecaminoso pelos novos Torquemadas. Mente aberta, flores desabrochando, é o de que precisamos.

A militância e a organização independente, com ideologia, estratégia e tática, nos colocam no caminho da luta. Pensar no Ano Novo, com a memória de João Amazonas, é vislumbrar o futuro, com a certeza de que o tempo e a História se incumbem de desfazer quaisquer equívocos.

(*) Jornalista, editor de Resistência, membro do Comitê Central e da Comissão Política Nacional do PCdoB

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