Luta pela paz
Na República Dominicana, entidades do Conselho Mundial da Paz nas Américas reforçam unidade; Cebrapaz participa
Decorreu entre 12 e 14 de setembro a Reunião da Região América do Conselho Mundial da Paz (CMP) em Moca, República Dominicana. O anfitrião foi a União Dominicana de Jornalistas pela Paz (UDPP) e entidades de 10 países participaram. A presidenta do CMP, Socorro Gomes, enfatizou a necessidade de unidade das forças da paz na atual encruzilhada. O presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) Antônio Barreto informou sobre a luta pela democracia no país e a agenda de ações do Cebrapaz em solidariedade às lutas dos povos.
Vindas da Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Cuba, Estados Unidos, Guiana, México, Porto Rico e República Dominicana, 10 entidades da paz membros do CMP participaram da reunião regional. O encontro em Moca foi organizado pela UDPP e pelo coordenador regional do CMP, Silvio Platero, presidente do Movimento Cubano pela Soberania dos Povos e a Paz (MovPaz).
Na abertura do encontro, o presidente da anfitriã UDPP Juan Pablo Acosta ressaltou o ataque voraz do imperialismo e seus aliados a nações diversas por todo o mundo, os conflitos que assolam dezenas de países e a situação na América Latina e Caribe, com destaque para as situações no Brasil, com o golpe e a prisão do presidente Lula, as intentonas golpistas na Venezuela e Nicarágua, o retorno do neoliberismo ao poder na Argentina e no Equador, a persistência do colonialismo estadunidense em Porto Rico, entre outros, enfatizando por isso a necessidade de unidade entre os povos.
Da mesma forma, o coordenador regional da América, Silvio Platero, condenou a ofensiva imperialista estadunidense, ressaltou a resistência na luta contra as ingerências e as agressões e fez um apanhado das ações dos membros CMP no continente. Ele ainda mencionou que, com a realização do evento, Moca converte-se na capital hemisférica e mundial da paz, e que todos os que de boa vontade lutam por um mundo de paz estão atentos aos resultados da reunião.
A presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, denunciou as ameaças de proporções inimagináveis com que a humanidade está confrontada, cujas causas estão “na expansão descomunal da presença militar das potências imperialistas em todo o planeta, nos maciços investimentos na indústria bélica e na apropriação do progresso científico pela indústria da guerra que moderniza seus instrumentos de morte e opressão em detrimento da solução dos problemas que afligem os povos”.
“Nunca como na atualidade foi tamanho o retrocesso civilizatório decorrente das crises econômicas e sociais e das políticas promovidas pelas potências imperialistas (sobretudo pela superpotência estadunidense, ainda que vivendo um período histórico de decadência relativa),” disse Socorro, que destacou ainda a resistência dos povos diante de tais encruzilhadas e reforçou o apelo pelo reforço da unidade de todas as forças da paz para fazer frente às ameaças.
Antônio Barreto, presidente do Cebrapaz, abordou a luta do povo brasileiro no quadro das campanhas regionais e globais do CMP. “Ao tempo em que seguimos fazendo frente ao neocolonialismo e à catástrofe gerada pelo neoliberalismo, os povos que ainda lutamos por superar os efeitos e heranças de tantos séculos de opressão, exploração e dominação, enfrentamos ainda golpes de Estado similares aos que vimos em passado tão recente, embora se fantasiem com novas roupagens,” disse Barreto. Ele denunciou a militarização da região e manifestou a solidariedade dos brasileiros a outros povos em luta, resumindo a agenda de ações do Cebrapaz no último ano.
Entre as ações e agendas aprovadas na reunião estão a Missão de Solidariedade à Síria e a reunião do Comitê Executivo em Damasco em outubro de 2018 e a adoção do dia 27 de fevereiro, dia da proclamação da República Árabe Saaraui Democrática (RASD) ainda sob ocupação marroquina como o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Saaráui, proposta pelo presidente do Cebrapaz.
No dia 13 teve lugar o Tribunal Ético internacional, presidido por Dorys Quintana Cruz (Cuba), Salvador Tió ( Porto Rico) e Juan Pablo Acosta (República Dominicana, presidente da UDPP). A discussão no Tribunal resultou na aprovação de um resumo de condenação, que deverá ser submetida em texto completo no próximo mês. Foi realizada também a IV Conferência Trilateral das Organizações de Paz da América do Norte (Movimento Mexicano pela Paz e o Desenvolvimento, Conselho da Paz dos EUA e Congresso Canadense da Paz).
Em seguida, na sexta-feira (14), após uma massiva marcha pela paz, teve início a VII Conferência Continental pela Paz e os Direitos Humanos, aberta pela presidenta do CMP Socorro Gomes, pelo coordenador da Região América, Silvio Platero e os embaixadores de Cuba, Nicarágua e Venezuela, que ofereceram análises da situação de seus países e seu lugar no quadro da ofensiva imperialista e a luta de resistência.
A reunião em Moca será sucedida pelo Segundo Seminário Internacional “Realidades e Desafios da Proclamação da América Latina e o Caribe como Zona de Paz” em Havana, Cuba, entre 19 e 21 de setembro, realizado pelo MovPaz e o Conselho Mundial da Paz, com a parceria do Instituto Superior de Relações Internacionais e o Centro Martin Luther King Jr.
Resistência, com Cebrapaz