Venezuela

Manifestantes lotam as ruas de Caracas em defesa da Constituinte e Maduro volta a chamar a oposição para um diálogo de paz

27/07/2017

O povo revolucionário tomou nesta quinta-feira (27) a avenida Bolívar, em Caracas, como parte do encerramento da campanha para as eleições dos integrantes da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), que se realizarão neste domingo, 30 de julho. O presidente da República, Nicolás Maduro, propôs à oposição a instalação de uma mesa de entendimento e paz, antes da celebração da Assembleia Nacional Constituinte.

O povo com a palavra: “Teremos um novo amanhecer”

marcha27j21501182894Tremulando com firmeza a bandeira tricolor venezuelana, a multidão se concentrou desde cedo no centro da capital e avançou até a tradicional avenida.

Mary Flores, uma das milhares de aposentadas graças à “Gran Misión En Amor Mayor” (um dos programas sociais do governo que beneficia os idosos pobres) disse que apoia a marcha pela Constituinte porque “a burguesia nunca vai responder pelos interesses do povo. Ganharam a assembleia (parlamento nacional venezuelano) na base do engano e usam a imunidade para assassinar inocentes, mas que se preparem, porque na segunda-feira (um dia depois da eleição para a ANC) teremos um novo amanhecer”.

Já Irene Branco, que se mobilizou desde o estado Portuguesa, acrescentou que a Constituinte permitirá blindar os direitos e reivindicações conquistados pelo povo em 18 anos de revolução. “Não vamos permitir que o direito à saúde e à educação voltem a ser privatizados. Não vamos permitir que quem não fez nada por nós venha a tirar nossas conquistas”, enfatizou.

O poder popular organizado representado em comunas e conselhos comunais também esteve presente. Darwin Lewis, da comuna que fica no estado Portuguesa, disse que apoia a Constituinte “porque com ela poderemos constitucionalizar as missões e grandes missões ante as pretensões da oligarquia de acabar com as conquistas da revolução”.

Maduro insiste no apelo à paz

maduro(55)Maduro pediu aos opositores que deixem de lado o “caminho insurrecional” e voltem seu foco para a Constituição, pedindo antes do início do pleito a instalação de uma “mesa de diálogo, acordo nacional e reconciliação da pátria”. “Porque, se não for assim, eu entregarei à Constituinte todo o poder de convocar de maneira obrigatória um diálogo nacional de paz com uma lei constitucional”, disse Maduro no ato de encerramento da campanha. Para ele, “não há alternativa” a não ser a Constituinte.

Maduro enfatizou que a ANC permitirá avançar até uma nova dinâmica produtiva, a qual é necessária para superar o rentismo petroleiro. Além disso, se poderá dar respaldo constitucional à lei de emprego juvenil e a outras políticas sociais.

Quanto às ameças externas, Maduro declarou que “a Venezuela tem moral para se levantar e dizer aos governos vassalos do imperialismo e ao imperialista Donald Trump que respeite a Venezuela. A Venezuela é um país de dignidade, é um país de moral. Temos que respeitar nossa pátria sempre e fazer com que a respeitem”, afirmou.

Quanto aos chamados à greve feitos pela direita, disse Maduro que “aqui não houve paralisação, aqui o que houve foi trabalho”. “O povo e a classe trabalhadora derrotaram os chamados dos seguidores de Hitler”, disse em referência aos que impulsionam a agenda violenta golpista.

“No domingo, em paz e em família, temos que ir ao amanhecer tomar os centros eleitorais em uma avalanche do povo que romperá todos os recordes eleitorais que já aconteceram na Venezuela em 18 anos”, disse o chefe de Estado.

Resistência com informações da AVN e Opera Mundi

 

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