Venezuela

Maduro diz que sanção dos EUA é reação raivosa; em contraste, Rússia apoia Venezuela

01/08/2017
O presidente Maduro recebe da chefe do Poder Eleitoral, Tibisay Lucena, o informe sobre a eleição à ANC

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, explicou que as sanções que os Estados Unidos aplicaram nesta segunda-feira (31) contra ele, respondem a sua condição de mandatário de uma nação livre que não obedece às ordens do exterior e menos ainda as imperiais.

“Adotem as sanções que quiserem porque só expressam a impotência, desespero e ódio do magnata imperador nos EUA que vê a América Latina como um cachorrinho que balança o rabo e diz que sim”, denunciou.

Maduro recordou que o argumento do Departamento do Tesouro dos EUA para estabelecer as sanções foi a realização, no último domingo (30), das eleições para escolher os candidatos para a Assembleia Nacional Constituinte nas quais participaram mais de oito milhões de cidadãos.

“Eles dão ordens e creem que estas devem ser obedecidas por seus súditos na América Latina e no Caribe”, acrescentou.

Desde o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), onde recebeu o primeiro informe com os resultados da votação do domingo, Maduro recordou que durante a presidência de George W. Bush se planificou e realizou a invasão do Iraque com o lamentável apoio de alguns presidentes.

“Onde estão hoje José María Aznar e Tony Blair, que o apoiaram? Estão repudiados e esquecidos pelo mundo. O mesmo ocorrerá com os que hoje apoiam Donald Trump na América Latina contra a Venezuela”, assegurou.

Reiterou que vivemos um tempo de valentes e a Venezuela não se calará. “Sancionam-me porque sou capaz de dizer a verdade sobre a perseguição contra os povos latino-americanos pelos EUA. Ninguém vai torcer o rumo soberano e independente de nossa pátria”, disse.

O presidente venezuelano agradeceu as expressões de solidariedade recebidas provenientes de governos, grupos sociais e políticos, em apoio à decisão soberana do país, de realizar seus processos eleitorais sem ingerência. “Ou se está com Trump ou com a Venezuela e a democracia. Apoia-se Trump ou o mundo livre”, afirmou.

Apoio da Rússia

O governo da Rússia, através do Ministério das Relações Exteriores, manifestou apoio ao processo de diálogo na Venezuela e reconheceu os resultados da jornada eleitoral de domingo último.
Mediante um comunicado, o país também se pronunciou sobre a situação de violência que grupos extremistas, patrocinados por setores da oposição, têm pretendido impor em algumas cidades do país e que, como parte dessa agenda, buscavam impedir as eleições na Venezuela.

Maduro e Putin

“Consideramos que a votação realizada deu um claro sinal de que é necessário desde há muito resolver a crise que atinge o país com meios políticos, mediante um diálogo, no marco da legislação vigente, de acordo com a vontade manifestada pelo povo e sem a ingerência externa”, diz o comunicado da chancelaria russa, que também apela para que “os atores regionais e da comunidade internacional que pelo visto estão dispostos a não reconhecer os resultados das eleições venezuelanas e intensificar a pressão econômica sobre Caracas, mostrem contenção e renunciem a seus planos destrutivos capazes de aprofundar a divisão na sociedade”.

Resistência, com Agência Venezuelana de Notícias

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