Venezuela
Maduro denuncia pressão dos EUA para impedir que ONU participe de observação eleitoral na Venezuela
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou nesta quarta-feira (7) que o governo dos Estados Unidos está pressionando o secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, para que não envie delegação de observação internacional às eleições de 20 de maio próximo.
“O secretário geral das Nações Unidas sabe que está dentro de seus poderes designar comissões de observação e acompanhamento eleitoral”, disse Maduro”. E instou a Secretaría Geral da ONU a designar de imediato a comissão de acompanhamento e observação para as eleições em que serão escolhidos o presidente da República para o período 2019-2025, assim como os membros dos legislativos estaduais e municipais.
Esta comissão está contemplada no Acordo de Garantias Eleitorais, que estabelece a presença de missões de acompanhamento e observação. O documento foi assinado na semana passada em Caracas por três candidatos que concorrerão à Presidência da República: Nicolás Maduro, Henri Falcón e Javier Bertucci.
As afirmações de Maduro foram feitas em discurso pronunciado no Teatro Teresa Carreño, em Caracas, onde se realizou o ato de encerramento da Jornada Mundial de Solidariedade, denominada Todos Somos Venezuela. O chefe de Estado recordou que a pátria de Simón Bolívar conta com um sistema eleitoral robusto e transparente, como já foi reconhecido por especialistas da área em todo o mundo.
Em seu discurso no evento – do qual participaram 116 delegados da América Latina, 33 do Caribe, 43 da América do Norte, 19 da África e 34 da Europa – Maduro mencionou que o sistema eleitoral venezuelano é amplamente auditado.
Nesse sentido, o chefe de Estado convidou todos os delegados presentes na jornada a acompanhar as eleições de 20 de maio.
O presidente recordou que a Venezuela dá exemplo de democracia ao mundo. Nos últimos 19 anos se realizaram 24 eleições.
Disse que dessas 24 eleições, a Revolução Bolivariana ganhou 22 e que nas duas oportunidades em que foi derrotada reconheceu os resultados. O presidente rememorou que na última vez que isto ocorreu, em 2015, ele veio a público e disse “triunfou uma oposição contrarrevolucionária, e nós vamos resistir”.
Maduro afirmou que o país se manterá nessa linha de conduta. “Na Venezuela não vai haver golpe de Estado. Vai haver eleições e o imperialismo fracassará”.
Solidariedade
“Reafirmamos nosso apoio militante ao povo venezuelano, à Revolução Bolivariana e ao governo bolivariano encabeçado por Nicolás Maduro”, declarou Ana Esther Ceceña, representante da Rede de Intelectuais (Capítulo México), que leu a declaração final da jornada “Todos Somos Venezuela”, realizada de 5 a 7 de março em Caracas.
No documento, estes movimentos sociais rechaçam os ataques das forças políticas e das grandes corporações estadunidenses contra o governo bolivariano liderado por Nicolás Maduro.
“Pretendem derrocar o governo legítimo da Venezuela, destruir o projeto de democracia bolivariana e apropriar-se dos recursos da pátria bolivariana. Denunciamos que esta operação contra a Venezuela faz parte de uma estratégia global de neocolonização da América Latina e Caribe que busca impor a nosso povo uma nova era de vassalagem, de saque mediante a ressurreição da vergonhosa Doutrina Monroe”.
Os movimentos sociais também condenaram as ameaças de Trump de querer realizar ações militares contra a Venezuela que gerariam uma crise humana, econômica, ecológica e social na região.
Igualmente, repudiaram as sanções que os Estados Unidos e a União Europeia estabeleceram para submeter o povo venezuelano ao golpear a economia do país.
A declaração faz um chamado a todo o mundo a respeitar o diálogo entre os venezuelanos como único caminho de encontro e solução aos problemas.
“Reiteramos que somente o absoluto respeito à soberania da Venezuela, a não ingerência nos assuntos internos, o diálogo sincero, os processos eleitorais, com base na legislação venezuelana, podem definir o caminho para recuperar a convivência política entre os venezuelanos”
Igualmente, a declaração expressa o apoio à 15ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA – TCP) que se realizou na última segunda-feira (5) em Caracas, na qual rechaçaram que o governo do Peru exclua a Venezuela da 8ª Cúpula das Américas que se realizará em abril na cidade de Lima.
Os movimentos sociais também advertiram que os representantes políticos dos Estados Unidos buscam pressionar governos latino-americanos e caribenhos para envolvê-los em operações contra a Venezuela. Por esta razão lamentaram que alguns líderes regionais cedam a estas pressões, com o que põem em perigo a unidade regional.
Contudo, recordaram que a Revolução Bolivariana conta com o apoio dos povos do mundo por sua importância para a humanidade.
“A Revolução Bolivariana continuará sendo um farol de esperança para os povos do mundo na busca de um destino digno e justo para a humanidade”, diz a declaração final da jornada de solidariedade “Todos Somos Venezuela”.
Resistência, com Agência Venezuelana de Notícias