América Latina
Liberdade de Lula e consenso da esquerda são prioridades do Foro de São Paulo
De 15 a 17 de julho, reúne-se em Havana, capital cubana, o 24º Encontro Anual do Foro de São Paulo, que congrega partidos de esquerda da América Latina e Caribe e conta com a presença de partidos observadores de todos os continentes
O próximo 24º Encontro Anual do Foro de São Paulo, que se realizará em Havana, Cuba, de 15 a 17 de julho, servirá para a denúncia internacional da pisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e permitirá dar continuidade ao diálogo sobre o “Consenso de Nossa América”, declarou à Prensa Latina a secretária executiva da organização, Mônica Valente, também secretária de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores (PT).
Adotado em julho do passado ano em Manágua, o propósito do Consenso, no qual afirmamos os princípios e propósitos que nos inspiram, ‘é seguir debatendo com as forças populares, sindicais, movimentos sociais, e ir criando uma grande onda antineoliberal e antiimperialista, e construindo estratégias de luta unitárias’, disse Mônica.
Em declarações à Prensa Latina, ela realçou que se trata de um dos mais importantes documentos já elaborados pelo Foro de São Paulo, pois oferece também um diagnóstico da realidade a ser transformada.
O Consenso, que ‘não é um documento fechado’ -esclareceu, reflete igualmente os temas e o projeto pelo qual lutamos, os objetivos, a estratégia de luta e as tarefas prioritárias.
Entre esta últimas figura o aumento da participação dos jovens de nossos movimentos políticos, dos movimentos sociais e das próprias organizações das juventudes, assinalou.
‘Os jovens têm sonhos e utopias que são motores essenciais em nossa luta libertária e soberana para o futuro da humanidade’.
Referindo-se aos principais desafios do encontro na capital cubana, de 15 a 17 de julho, Mônica Valente mencionou a análise sobre a conjuntura atual da crise mundial do capitalismo, da contraofensiva neoliberal na região e seus novos métodos de ação através de golpes midiáticos, judiciais e militares.
À luz dessa reflexão deveremos atualizar nossa estratégia, nossas ações, sempre guiados pelo princípio da construção da unidade entre nossas forças, expressou.
Nesse sentido, Mônica Valente considerou que para levar adiante os debates será indispensável tomar como guia o pensamento do líder histórico da Revolução cubana, Fidel Castro.
As palavras expressadas por Fidel Castro em 1993 têm plena atualidade, disse, e recordou que então o Comandante em Chefe assinalou:
‘…. hoje na América Latina a batalha prioritária é – a meu julgamento – derrotar o neoliberalismo, porque se não derrotarmos o neoliberalismo desaparecemos como nações, desapareceremos como Estados independentes, e vamos ser mais colônias do que nunca o foram os países do Terceiro Mundo’.
Foram diretrizes que se comprovaram como possíveis e acertadas, sublinhou a secretária executiva do Foro de São Paulo, destacando que a partir do triunfo de Hugo Chávez nas eleições venezuelanas de 1998 foi possível avançar com crescimento econômico e distribuição das riquezas, no combate à pobreza e com a melhoria dos indicadores sociais.
‘É verdadeiro que não conseguimos todos os avanços que precisamos, seja devido a nossos próprios erros, ou à ação e reação do próprio capitalismo’, reconheceu.
O evento em Cuba servirá também para a denúncia internacional da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mediante o uso de instrumentos jurídicos para a perseguição política. O Foro de São Paulo promoverá ações de solidariedade continental, adiantou Mônica Valente.
No Brasil, relatou, vivemos um período de intensa luta e resistência. Sofremos um golpe parlamentar, midiático e judicial com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e agora prenderam nosso líder e tentam o impedir que se candidate à Presidência da República em outubro de 2018.
‘Este será o principal tema que o PT levará ao 24º Encontro do Foro em Havana’, pontuou.
Resistência, com Prensa Latina