Venezuela rechaça política de sanções dos Estados Unidos
Nesta segunda-feira (9), o governo de Barack Obama decretou a suspensão do visto de sete funcionários e o congelamento de seus bens em território norte-americano e declarou que a Venezuela representa uma “ameaça incomum e um problema extraordinário para os Estados Unidos”.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reagiu destacando em pronunciamento à nação a força e a galhardia que sempre caracterizaram o povo venezuelano diante das intenções imperiais de colonizá-lo e violentar a soberania, como a pretendida pelos Estados Unidos ao emitir o decreto que declara a Venezuela como ameaça à segurança nacional desse país.
“Novos Sucres, novos Bolívar, novos Chávez, novas Luísas Cáceres de Arismendi surgirão desta nova epopeia da pátria que tem um só destino: a vitória da Venezuela, a vitória da paz, a derrota do imperialismo estadunidense”, manifestou o mandatário em rede nacional de rádio e televisão no Palácio de Miraflores, sede do governo, onde, acompanhado por seu Gabinete de Governo, fez um chamamento aos venezuelanos para que continuem defendendo a pátria de Bolívar, especialmente quando o império norte-americano pretende golpeá-la.
De acordo com o chefe de Estado, a derrota do imperialismo estadunidense “será uma das maiores lições do poder moral da Venezuela de Bolívar e de Chávez; e vamos sair vitoriosos desta agressão e desta prova que a vida põe diante da pátria”.
“É muito grande a história que temos como patrimônio e base da força que hoje levamos para o futuro. Não haverá decreto, leis, agressões, ameaças ilegais e injustas do governo dos Estados Unidos que detenha a marcha da Revolução Bolivariana”, afirmou.
Maduro indicou que o povo venezuelano vive um momento histórico na defesa da soberania, na independência desta terra sagrada de Bolívar, pelo que considerou que “é tempo de definições, de dar um passo adiante para dizer ao império estadunidense que pretende violar a sagrada soberania de nossa pátria, que existe um povo cada vez mais unido, cada vez melhor preparado, para garantir que esta terra nunca será tocada pela bota ianque”.
O mandatário enfatizou que não é tempo de covardia nem de vacilações, mas de definições. “Devemos confiar na força moral superior que tem a pátria de Bolívar sobre qualquer império imoral que exista, e especialmente sobre o império estadunidense, confiar na ética bolivariana e chavista e ser capazes de atuar de maneira consequente para defender nossa sagrada soberania como estabelece a Constituição”, acrescentou.
Vitória do povo
A declaração do governo de Barack Obama contra a Venezuela é uma prova a mais de que o povo venezuelano, sempre vitorioso, consciente e pacífico, saberá superar, como conseguiu superar a cadeia de acontecimentos desencadeados pela direita imperial desde finais de 2014 para tratar de gerar um caos no país e justificar uma intervenção internacional, manifestou o chefe de Estado.
Maduro indicou que desde o falecimento do comandante Hugo Chávez, há dois anos, o povo venezuelano tem enfrentado e superado provas que a direita imperial estadunidense lhe impôs, graças à imensa vontade pacífica que prevalece no país.
O povo venezuelano há 16 anos trava batalhas em defesa da Revolução Bolivariana; contudo, durante os últimos dois anos a arremetida imperial aumentou, ativando a guerra econômica, psicológica, a violência, ações terroristas que custaram 43 vidas à pátria, inclusive intentos de golpes de Estado. Todas as provas foram superadas com dignidade pelos venezuelanos, destacou o presidente.
Ofensiva anti-imperialista
O presidente Maduro também informou que nesta terça-feira (10) solicitará à Assembleia Nacional a aprovação de uma lei que lhe dê plenos poderes para preservar a paz no país e defender a pátria diante de qualquer agressão imperial, como a pretendida pelos Estados Unidos contra a Venezuela.
A medida se inscreve na ofensiva anti-imperialista que junto ao Conselho de Estado, o alto comando militar e o Conselho de vice-presidentes do governo foi ativada com a intenção de “denunciar diplomática e politicamente em todas as instâncias esta agressão dos Estados Unidos e demandar a ilegalidade internacional do pretendido decreto” [dos EUA].
Obama no lixo da história
Sobre a decisão do presidente Barack Obama, o mandatário indicou que este “decidiu cumprir a tarefa de derrocar meu governo e intervir na Venezuela para controlá-la a partir do poder estadunidense”, diante do fracasso dos planos desestabilizadores que setores da direita venezuelana pretenderam consumar no país.
Maduro afirmou que o presidente norte-americano irá para o lixo da história devido à política de ataque que seu governo dirige contra a Venezuela, tal como ocorreu com os ex-presidentes estadunidenses Richard Nixon, responsável pelo golpe de Estado e o assassinato de Salvador Allende, no Chile, em 1973, e George W. Bush, que liderou a invasão do Iraque em 2003, acontecimentos que marcaram a história do mundo pelas violações à soberania, às leis e à estabilidade de cada uma dessas nações.
O presidente venezuelano finalizou assinalando que esta agressão dos Estados Unidos contra a Venezuela não é só contra a terra de Bolívar, mas contra todos os movimentos revolucionários, progressistas e socialistas na América Latina e no Caribe.
Legislativo
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, também criticou o governo estadunidense e disse que a Venezuela é vítima da “ingerência americana”.
Cabello rebateu as acusações do governo norte-americano e voltou a dizer que os Estados Unidos planejam atacar seu país. “Eles já estão planejando um ataque contra nós”, disse.
Durante uma reunião com representantes do Partido Socialista Unido da Venezuela, o líder destacou que o país não aceitará “medidas de ingerência” e que os Estados Unidos “não têm moral para dizer que na Venezuela se violam direitos humanos”.
Com as sanções ordenadas por Obama, já passam de 50 os vistos de funcionários do governo venezuelanos suspensos desde que a Casa Branca anunciou sanções ao país por considerar que o governo de Nicolás Maduro adota medidas antidemocráticas.
Fonte: Agência Venezuelana de Notícias e Agência Brasil