Rússia bombardeia terroristas e EUA rearma grupos terroristas

14/10/2015

Entre avanços do exército, bombardeios aéreos russos, ameaças dos grupos extremistas e o intento dos Estados Unidos de reagrupar e armar uma força que se contraponha à ofensiva antiterrorista, a Síria segue ocupando as manchetes em todo o mundo.

Por Miguel Fernández Martínez, na Prensa Latina

Enquanto isto ocorre, a aviação militar russa executou na terça-feira (13)  88 voos de combate contra 86 posições do  grupo terrorista Estado Islâmico (EI), e outros bandos que operam em distintas zonas do país.

Segundo o alto comando de Moscou, os principais objetivos atacados nas últimas 24 horas pela Força Aeroespacial da Rússia estavam situados nas províncias de Raqqa, Hama, Idlib, Latakia e Alepo.

Em um comunicado divulgado pelo general Igor Konashénkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo, os ataques aéreos têm praticamente paralisado o abastecimento de armas dos grupos terroristas na Síria.

Explicou que os jihadistas carecem de munições e armamento pesado e assinalou que têm evidências de que vários chefetes rebeldes advertiram seus líderes de que se não se restabelece o abastecimento de munições, vão retirar os grupos sob seu comando da zona de guerra.

Por sua parte, os Estados Unidos seguem buscando desesperadamente a opção de rearmar novas forças antigovernamentais na Síria, depois da quase dissolução do Exército Livre Sírio – criado pela Agência Central de Inteligência (CIA) – e do fracasso do plano de treinamento de rebeldes em acampamentos turcos.

Coincidindo com a redução de armamentos nas fileiras terroristas provocada pelos bombardeios russos, aviões de transporte C-17, escoltados por caças-bombardeiros estadunidenses, abasteceram por ar com munições e granadas de mão as milícias curdas que operam na província oriental de Hasaka.

O fornecimento de cerca de 50 toneladas de munições lançadas de paraquedas aos grupos que tentam derrocar o governo do presidente Bashar al-Assad, foi confirmado pelo porta-voz do comando das forças estadunidenses no Oriente Médio Oriente (Centcom), o tenente-coronel Patrick Ryder.

Apesar disso, as forças armadas deste país árabe prosseguem sua ofensiva militar que permitiu na terça-feira (13) recuperar o controle da estratégica colina de Tel Ahmar, na província sulista de Quneitra, destruindo as defesas fortificadas do grupo terrorista Frente al-Nusra.

Depois de consumada esta vitória, unidades do exército de Israel lançaram dois mísseis contra um posto militar sírio nessa mesma província, provocando severos danos materiais, mas sem que se informasse se houve perdas humanas.

As forças jihadistas abatidas em Quneitra contam com o apoio logístico de Israel, e segundo especialistas, os mísseis israelenses foram lançados para permitir a fuga dos membros de Al-Nusra – braço armado da Al-Qaeda na Síria-, depois de serem desalojados de Jan Arnaba.

Outras ações combativas foram informadas nas imediações de Damasco, onde o exército enfrentou membros do grupo extremista Exército do Islã (Jaish al-Islam) na cidade de Duma, a apenas 20 quilômetros do centro da capital.

Durante estes enfrentamentos, ocorridos nas proximidades da mesquita de Al-Iman, foram destruídos um transmissor, três veículos de transporte e foram mortos vários integrantes dos grupos armados.

Informou-se também sobre a ocorrência de combates nas localidades de Erbin, Jobar, Harasta e Ayn Tarma, todas na periferia de Damasco.

Outro fato lamentável ocorrido na terça-feira foi o ataque com morteiros contra a embaixada da Rússia em Damasco, enquanto milhares de manifestantes apoiavam os esforços da aviação russa para aniquilar os bandos extremistas armados.

Em consequência desse ataque, quatro pessoas ficaram feridas, enquanto a sede diplomática sofreu consideráveis danos materiais.

A Força Aérea síria, por sua parte, fustigou com dureza assentamentos terroristas nas províncias de Raqqa, Alepo e Deir Ezzor.

Em resposta a estas ações, o principal chefete do grupo terrorista Frente al-Nusra, Abu Mohamad Al-Golani, ofereceu milionárias recompensas a quem consiga assassinar o presidente Bashar al-Assad e o líder do movimento libanês Hezbolá, Said Hasan Nasrala.

Segundo mensagem gravada difundida através da rede social do Youtube, Al-Golani chamou também a matar os soldados russos que participam cooperando na guerra antiterrorista que tem como cenário o território sírio e instou seus seguidores na Rússia e no Cáucaso a realizarem ações violentas.

Tradução do Blog da Resistência

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