Maduro: “Venezuela saberá conquistar a paz com dignidade”
A Venezuela saberá conquistar a paz de pé e com dignidade ante as ameaças de ingerência do governo dos Estados Unidos, sublinhou nesta quinta-feira o presidente da República, Nicolás Maduro. Depois de receber no Palácio de Miraflores, nesta quinta-feira (12), em Caracas, milhares de venezuelanos que se mobilizaram pelas ruas da capital em defesa da soberania e da paz nacional, o chefe de Estado reiterou que não cederá diante das pressões do império estadunidense.
Na segunda-feira passada (9), o governo dos Estados Unidos deu curso a uma nova escalada de agressão contra a soberania e a democracia da Venezuela, quando o presidente Barack Obama assinou um decreto executivo em que declara a Venezuela como uma “ameaça extraordinária e incomum à segurança nacional e à política exterior estadunidense”.
Diante da nova agressão, o presidente Maduro ratificou que na Venezuela “saberemos conquistar a paz com dignidade, de pé, não de joelhos como pretende a direita!”.
O chefe de Estado enfatizou que a união do povo venezuelano garantirá a defesa da paz e da soberania nacional. “A maior garantia de que a bota imperial não vai tocar a terra da Venezuela é a união do povo venezuelano (…). Nenhum império deste mundo vai torcer o braço do povo venezuelano, não apareceu ainda o império que torça o braço do povo da Venezuela”, indicou.
Maduro agradeceu ao povo venezuelano por demonstrar, com marchas e concentrações em todo o país, sua firmeza na defesa da soberania e da independência da pátria. “O mais extraordinário que se está vendo hoje na Venezuela e no mundo é a reação do povo venezuelano que se lançou às ruas para defender seu direito à soberania e à paz (…) Em todo o país se levantou uma onda de rechaço ao governo imperialista dos Estados Unidos, uma onda de valentia, de coragem”, ressaltou.
O presidente manifestou que apesar dos ataques imperiais, o povo venezuelano derrotará as ameaças imperialistas, porque “o monstro (o imperialismo gringo) ficou nu diante do mundo e não sabe o que fazer. Nós contamos com o respaldo internacional, não estamos sós”.
O mandatário confirmou que o único caminho da Venezuela, assinalado na Constituição Nacional, é consolidar-se como um país potência, de paz, socialista, próspero e independente, e não em uma nação dependente e a serviço das pretensões imperialistas. Ele registrou que os Estados Unidos agridem a Venezuela por causa da luta do Estado venezuelano por fazer justiça nos atos violentos de 2014. Nesse sentido, denunciou que os Estados Unidos pretendem que se liberte o direitista Leopoldo López, que permanece preso no cárcere de Ramo Verde, por promover fatos violentos no primeiro semestre de 2014, como parte do plano insurrecional denominado “A Saída”, que deixou um saldo de 43 venezuelanos mortos e mais de 800 feridos.
“Declaram todo um país como ameaça para salvar um de seus agentes: Leopoldo López. Acusam-nos de ser uma ameaça porque a justiça venezuelana prendeu o principal agente que eles têm na Venezuela para desestabilizar. Por culpa da oposição, o país foi catalogado como uma ameaça para os Estados Unidos”, assinalou.
O presidente Maduro destacou que a Venezuela nunca foi nem será ameaça para nenhum povo do mundo, incluindo os Estados Unidos. Disse também que a elite militar e neoliberal que governa os Estados Unidos é que representa uma verdadeira ameaça contra o desenvolvimento do povo estadunidense.
O mandatário explicou também que a mais recente ação de ingerência do governo dos Estados Unidos contra a Venezuela desnudou os verdadeiros autores da guerra econômica, caracterizada pelo açambarcamento, a usura, a especulação e o contrabando dos produtos de primeira necessidade.
“Se podemos dizer que há algo positivo em toda esta conjuntura é que apareceram os verdadeiros inimigos da pátria, que fizeram contra nós a guerra econômica, a guerra política, a guerra psicológica e os intentos de golpes de Estado”, disse.
O presidente denunciou que na Venezuela operam agentes do imperialismo que põem em prática a estratégia da guerra econômica. Contudo, diante de tanto fracasso, o governo dos Estados Unidos assumiu a ação direta para solapar a paz e a democracia venezuelana.
Apoio internacional
Nicolás Maduro também agradeceu o apoio que nações do mundo manifestaram ao povo da Venezuela. “Desde a China, a Rússia e até da Patagônia, o mundo apoia a Venezuela em sua luta pela paz, pela soberania e a independência da pátria de Bolívar. O mundo inteiro nos apoia. O mundo pluripolar e multicêntrico que existe apoia a Venezuela com todas as suas forças”, acentuou.
O mandatário afirmou ainda que “em primeiro lugar nos apoiam os povos que nos amam e em segundo lugar os governos do novo mundo que surgiram das mãos da Revolução Bolivariana, da liderança do comandante Hugo Chávez e de novos líderes que assumiram as bandeiras de um mundo de paz, pluripolar e multicêntrico”, disse.
Maduro agradeceu o apoio da Rússia, que nesta quinta-feira emitiu um comunicado em que reafirmou a solidariedade com o povo venezuelano frente ao ataque imperial. “Que viva a Rússia!” A Rússia rechaçou o anúncio dos Estados Unidos de que a situação na Venezuela representa una ‘ameaça incomum e extraordinária para a segurança dos Estados Unidos’. Obrigado, Vladimir Putin, presidente irmão, obrigado Rússia!”, comentou.
Lutar e trabalhar
O presidente conclamou a população a seguir enfrentando e vencendo a sabotagem econômica, promovida pela direita através do açambarcamento, do desabastecimento, da usura e do contrabando de produtos, alimentos e artigos de primeira necessidade.
Nesse sentido, exortou a incrementar a batalha produtiva, distributiva e popular para manter a segurança alimentar no país. Nesta matéria, aprovou a criação da empresa de produção e distribuição de alimentos Gran Comunal, formada por formada 500 comunas de uma rede nacional, para impulsionar de imediato cinco ml espaços produtivos.
O presidente fez também um chamamento a aumentar a batalha da comunicação no país. Nesse ponto, Maduro anunciou a aprovação do Conselho Presidencial do Poder Popular para a Comunicação Popular.
Este conselho terá a missão de defender a verdade e enfrentar as manipulações e as mentiras que desde os meios comerciais de comunicação são difundidas sobre a Venezuela.
A nova instância será um ponto de encontro para que muralistas, comunicadores populares, televisões alternativas e educativas, se mobilizem em todo o país e formem milhares de venezuelanos como comunicadores populares “para que estejam nas ruas, fazendo teatro, pintando murais, levando uma mensagem de casa em casa, combatendo os noticiários cheios de veneno, de violência, de antipatriotismo das televisões privadas”.
A vice-presidenta de Soberania Política, Segurança e Paz, Carmen Meléndez, será a encarregada de instalar esta nova instância.
Agência Venezuelana de Notícias