Xi Jinping

Maior vantagem do PCCh é a ligação com as massas e o maior perigo é se afastar das massas

25/02/2016
Em 1989, Xi Jinping, então Secretário do Comitê do PCCh na sub-região de Ningde, província de Fujian, em trabalho no campo.

Este terceiro artigo, de uma série de artigos que o Resistência está publicando, extraídos do livro “A Governança da China”, de autoria do Secretário-Geral do PCCh e presidente da China, Xi Jinping, é um extrato de um discurso proferido em 2013 no “Seminário Comemorativo do 120º Aniversário do Nascimento do Camarada Mao Tsé Tung”.

Persistir e aplicar a essência viva do pensamento de Mao Tsé Tung

Por Xi Jinping

A essência viva do pensamento de Mao Tsé Tung está presente em sua posição, pontos de vista e métodos e se manifesta em três aspectos básicos: a da verdade nos fatos, a linha de massas e a independência e autonomia. Diante das novas situações, devemos persistir e aplicar bem a essência viva do pensamento de Mao Tsé Tung para construirmos melhor nosso Partido e continuarmos impulsionando a grande causa do socialismo com características chinesas.

A busca da verdade nos fatos é um ponto de vista fundamental do marxismo e uma exigência básica dos comunistas da China para conhecer e transformar o mundo, sendo também o método básico de pensar e trabalhar e um instrumento de direção do nosso Partido. Quer no passado, quer no presente ou futuro, temos de insistir na linha ideológica de fazer tudo partindo da realidade, integrar a teoria com a prática, bem como comprovar e desenvolver a verdade através da prática.

O camarada Mao Tsé Tung disse: “Por ‘fato’ entendemos os fenômenos tais quais existem objetivamente; por ‘verdade’ entendemos os laços internos desses fenômenos objetivos, quer dizer, as leis que os regem; e por ‘buscar’ entendemos estudar”. Ele ainda metaforizou vividamente a busca da verdade nos fatos com o provérbio “disparar a flecha no alvo”. Temos que disparar a “flecha”, que é o marxismo, no “alvo”, que é a revolução, construção e reforma da China.

Para persistir na busca da verdade nos fatos, devemos adentrar nas realidades para compreender as essências dos fenômenos. Temos que ver a essência sob a aparência, descobrindo os laços intrínsecos existentes nos fenômenos por trás das aparências desordenadas. Temos que executar tarefas durante a prática conforme as leis objetivas, partindo das leis da existência e do desenvolvimento dos fenômenos objetivos. A aplicação da busca da verdade nos fatos não pode ser feita de uma vez por todas. Aplicá-la em um certo tempo e lugar não significa poder aplicá-la em um outro tempo e lugar. As conclusões e experiências alcançadas, através da busca da verdade nos fatos em um certo tempo e lugar, não significam a adaptação destas em um outro tempo e lugares diferentes. Devemos ter firme convicção sobre a busca da verdade nos fatos, aumentar a capacidade de aplicá-la, tê-la sempre em mente e pô-la em prática em todos os momentos e lugares.

Para persistir na busca da verdade nos fatos, devemos entender clara e corretamente a situação básica do país: a China está e permanecerá por longo tempo na fase inicial do socialismo. Ao promover a reforma e desenvolvimento e elaborar diretrizes e políticas, devemos basear-nos com firmeza no fato principal de que estamos na fase inicial do socialismo, considerar plenamente exigências naturais dessa realidade e persistir em fazer tudo partindo desta realidade básica. Devemos nos esforçar para evitar a tendência de se buscar impacientemente os êxitos imediatos para além da realidade e da etapa, bem como corrigir firmemente ideias e atos conservadores e complacentes, que são antiquados e negligenciam a realidade objetiva em profundas mudanças.

Para persistir na busca da verdade nos fatos, devemos insistir na verdade e corrigir os erros em prol dos interesses do povo. Temos que ser francos e desinteressados, ter coragem e retidão de falar a verdade conforme os fatos e descobrir e corrigir oportunamente os desvios no pensamento, erros nas decisões e falhas no trabalho, bem como descobrir e resolver todas as fricções e problemas existentes para que o nosso pensamento e ação correspondam ainda mais às leis objetivas, exigência da época e aspiração do povo.

Para persistir na busca da verdade nos fatos, devemos promover sem cessar a inovação teórica com base na prática. As teorias fundamentais do marxismo são verdades universais de valor ideológico permanente. Os autores clássicos do marxismo não exauriram as verdades, mas continuamente abriram caminhos para buscar e desenvolver as verdades. Hoje, ao aplicar e desenvolver o socialismo com características chinesas, aprofundar integralmente a reforma e fazer frente efetivamente às dificuldades e aos riscos previsíveis e de difícil previsão existentes no caminho a seguir, enfrentaremos sempre novos temas que necessitem com urgência novas respostas teóricas e científicas. Temos que sintetizar oportunamente as novas experiências obtidas pelo nosso Partido junto com o povo por ele liderado e abrir sucessivamente novas fronteiras para a integração do marxismo à realidade chinesa, fazendo com que o marxismo na China contemporânea emita luzes mais brilhantes da verdade.

A linha de massas é a linha vital e a linha fundamental de trabalho do nosso Partido, sendo também uma tradição preciosa do nosso Partido para manter sempre a vitalidade e a combatividade. Quer seja no passado, quer no presente ou futuro, temos que persistir no princípio de que tudo está a serviço das massas populares e de que tudo se apoia nelas, bem como no princípio “das massas para as massas”, transformando as políticas corretas do Partido em ações conscientes das massas e aplicando a linha de massas em todas as atividades de governança do país.

A linha de massas é essencialmente uma demonstração da teoria básica do marxismo de que o povo é o criador da história. Se seguirmos essa teoria, poderemos dominar as leis básicas do avanço histórico. Se agirmos conforme as leis históricas, seremos invencíveis. A história comprova repetidamente que as massas populares são a força principal para o desenvolvimento histórico e o progresso social. Exatamente como o camarada Mao Tsé Tung disse: “Uma vez que o destino do país esteja nas mãos do povo, a China, tal como o sol que se Ievanta no oriente, iluminará todos os recantos da terra com a sua chama brilhante.”

Para seguir a linha de massas, devemos persistir em que o povo é a força fundamental decisiva do nosso futuro e destino. A preservação do protagonismo do povo e a mobilização plena da sua iniciativa constituem sempre fundamentos poderosos para o nosso Partido se manter invencível. Perante o povo, nós somos sempre alunos de escola primária e temos que reconhecer conscientemente o povo como professor, pedir ensinamentos aos que são capazes e sábios e respeitar completamente a vontade do povo, suas experiências, seus direitos e o papel por ele desempenhado. Temos que apreciar o poder concedido pelo povo, utilizá-lo bem, aceitar conscientemente sua supervisão, nos apoiar no povo para criar as grandes façanhas históricas e manter sólido o fundamento do nosso Partido.

Para seguir a linha de massas, devemos persistir no princípio fundamental de servir o povo de todo o coração. “São aplicadas as políticas, pois correspondem à aspiração do povo; são abolidas as políticas, pois não atendem à aspiração do povo”. Servir o povo de todo o coração é o ponto fundamental de partida e o objetivo maior das ações do nosso Partido, sendo um símbolo fundamental para diferenciar o nosso Partido de todos os outros. Todos os trabalhos do Partido devem ter como critério máximo os interesses fundamentais da esmagadora maioria do povo. Para avaliar os nossos trabalhos, temos que ver se o povo obtém benefícios verdadeiros, se a sua vida logra melhorias de fato e se os seus direitos e interesses têm garantias verdadeiras. Diante da nova expectativa do povo por uma vida melhor, não podemos ter nenhuma autocomplacência e relaxamento, mas sim devemos continuar dedicando esforços persistentes para que os frutos do desenvolvimento beneficiem mais e imparcialmente todo o povo e o nosso país avance em passos estáveis rumo à prosperidade comum.

Para seguir a linha de massas, devemos manter estreitas relações, como unha e carne, entre o Partido e as massas populares. A maior vantagem do nosso Partido é o estreitamento das relações com as massas. Por outro lado, o maior perigo para o Partido após a subida poder é a separação das massas. O camarada Mao Tsé Tung disse: “Nós, comunistas, somos como sementes e o povo é como a terra. Seja aonde formos, devemos nos unir ao povo, criar raízes e florescer no seu seio”. Temos que arraigar profundamente a visão e a linha de massas nas mentes de todos os camaradas do Partido, colocá-la verdadeiramente em ação e maximizar os nossos esforços para resolver os problemas existentes dentro do Partido, particularmente, aqueles que causam insatisfação popular, para que o nosso Partido obtenha sempre a confiança e o apoio das massas.

Para seguir a linha de massas, devemos verdadeiramente fazer com que o povo julgue nossos trabalhos. “É o povo que sabe se uma política é boa ou não”. O futuro e o destino de qualquer partido dependem, afinal de Contas, da vontade do povo. “A vontade do povo representa a força”. O número de militantes do nosso Partido ainda é muito pequeno se compararmos com o tamanho da nossa população. Os objetivos grandiosos da luta do nosso Partido não serão materializados em absoluto sem o apoio do povo. O nível e o efeito da governança do nosso Partido não podem ser julgados por si próprio, mas têm que ser julgados apenas pelo povo. O povo é o juiz máximo sobre nossos trabalhos. Caso nos consideremos como sendo os melhores, nos divorciando do povo ou nos colocando acima dele, seguramente seremos por ele abandonados. Essa é uma lei férrea do desenvolvimento histórico que serve para todos os partidos, sem nenhuma exceção, quer seja no passado ou no presente, quer seja na China ou no exterior.

O princípio da independência e autonomia é uma conclusão inevitável alcançada pelo nosso Partido durante a revolução, construção e reforma baseadas na força do Partido e do povo partindo da realidade da China. Quer seja no passado, quer no presente ou futuro, o desenvolvimento do país e da nação deve se apoiar na nossa própria força e devemos ter a dignidade e autoconfiança nacional, seguindo o próprio caminho de forma firme e inabalável.

O princípio da independência e autonomia é uma tradição excelente da nação chinesa, sendo também um importante princípio do Partido e da República Popular da China. A realidade da China e a missão de realizar a revolução e a construção num país como o nosso, um país oriental populoso e atrasado econômica e culturalmente, determinam que nossa única saída é seguir o nosso próprio caminho.

Com um vasto território de 9,6 milhões de quilômetros quadrados, absorvendo os nutrientes culturais sedimentados durante a luta prolongada da nação e reunindo a força majestosa de 1,3 bilhão de chineses, estamos decididos a seguir nosso próprio caminho. Temos um enorme palco, uma base histórica profunda e uma vontade forte para avançar. Todo o povo chinês deve ter esta confiança e cada um de nós deve ter esta confiança.

Para seguir a independência e autonomia, devemos insistir em que os assuntos chineses são decididos e administrados pelo próprio povo chinês. Não há no mundo um modelo universal e concreto de desenvolvimento nem um caminho de desenvolvimento invariável. As condições históricas diversas decidem a diversidade dos caminhos escolhidos pelos países. Na história humana, nenhuma nação ou país alcançou o seu fortalecimento e prosperidade dependendo da força externa ou indo no encalço de outros. Se tivéssemos feito assim, teríamos enfrentado inevitavelmente o fracasso ou a transformação do país em um país vassalo.

Durante longo tempo de prática na direção da revolução, construção e reforma, o nosso Partido tem persistido no caminho da independência e autonomia. Esse espírito desbravador e de prática independente e essa confiança e determinação firmes de seguir o próprio caminho constituem o suporte das teorias e práticas do nosso Partido, bem como a garantia fundamental para que as causas do Partido e do povo avancem de vitória em vitória.

Para seguir a independência e autonomia, devemos persistir firmemente no caminho do socialismo com características chinesas, rejeitando o velho caminho de porta fechada e qualquer caminho errôneo de abandonar o socialismo. Temos que reforçar a determinação política e aumentar a confiança em relação ao caminho, à teoria e ao sistema. Temos que, conforme o desenvolvimento e a mudança das situações e tarefas, ampliar, por meio do aprofundamento integral da reforma, o nosso caminho socialista e enriquecer continuamente o sistema teórico do nosso socialismo, além de aperfeiçoar sem cessar o sistema socialista com características chinesas. Temos que aprender e assimilar respeitosa e sinceramente todos os frutos das civilizações criados pela sociedade humana, porém, não podemos ignorar a nossa própria história, nem copiar e imitar os modelos de desenvolvimento alheios, nem aceitar absolutamente qualquer pregação arrogante dos outros.

Para seguir a independência e autonomia, devemos insistir na política diplomática pacífica de independência e autonomia e seguir inabalavelmente o caminho do desenvolvimento pacífico. Temos que erguer bem alto a bandeira da paz, desenvolvimento, cooperação e benefício mútuo, persistir na convivência amistosa com outros países conforme os Cinco Princípios de Coexistência Pacífica*, realizar ativamente intercâmbios e cooperações com diversos países com base na igualdade e benefício recíproco, salvaguardar a paz mundial e promover o desenvolvimento comum.

Nós vamos sempre decidir nossa posição e política em relação a um determinado assunto conforme os fatos, defender a equidade e a justiça e respeitar o direito dos outros povos de escolher independentemente o seu caminho de desenvolvimento. Não vamos impor a nossa vontade aos outros, nem permitiremos, em absoluto, que os outros imponham a sua vontade ao povo chinês. Vamos defender a solução de disputas internacionais por meio pacífico e nos opor a qualquer tipo de hegemonia e política de força. Não buscaremos a hegemonia nem o expansionismo. Temos de defender com firmeza a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento do país. Nenhum país estrangeiro deve esperar que façamos negócios com os nossos interesses vitais ou engulamos os frutos amargos que prejudiquem a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento do nosso país.

* Os Cinco Princípios de Coexistência Pacífica são o respeito mútuo à soberania e à integridade territorial, não agressão mútua, não interferência nos assuntos internos um do outro, igualdade e benefício recíproco e coexistência pacífica. De dezembro de 1953 até abril de 1954, a delegação do governo chinês e a delegação do governo indiano mantiveram negociações, em Beijing, sobre as relações bilaterais acerca da região do Tibete. No dia 31 de dezembro de 1953, primeiro dia da negociação, o primeiro-ministro chinês Zhou Elai propôs à delegação indiana os Cinco Princípios de Coexistência Pacífica. Depois, esses princípios foram incluídos oficialmente no prefácio do Acordo China-Índia sobre o Comércio e Transporte entre a região Tibetana Chinesa e a Índia. Em junho de 1954, durante visita à Índia e a Myanmar, Zhou Enlai divulgou declarações conjuntas com o primeiro-ministro indiano, Jawaharlal Nehru, em 28 de junho, e com o primeiro-ministro birmanês, U Nu, em 29 de junho, propondo oficialmente os Cinco Princípios de Coexistência Pacífica como norma básica para as relações interestatais.

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