Opinião
Irã e China decidem fortalecer a cooperação estratégica
O Irã e a China defendem o fortalecimento das relações bilaterais e pedem a rápida implementação do acordo abrangente de parceria estratégica de 25 anos
O chanceler iraniano, Hosein Amir Abdolahian, destacou as relações estratégicas entre Teerã e Pequim durante conversa telefônica realizada no dia 15 de outubro com seu homólogo chinês, Wang Yi, e agradeceu ao gigante asiático por seu compromisso com o fornecimento de vacinas contra o novo coronavírus para o país persa.
As partes têm defendido a pronta implementação do acordo abrangente de parceria estratégica de 25 anos, assinado em março deste ano pelos dois países, que estabelece as linhas gerais da cooperação histórica dos aliados nas esferas política, cultural, de segurança e defesa pelos próximos 25 anos.
O chanceler chinês saudou a retomada das negociações entre Teerã e a União Europeia (UE) depois que o secretário-geral adjunto do Serviço de Ação Estrangeira do bloco europeu, Enrique Mora, visitou a capital persa neste mês de outubro para falar sobre questões bilaterais, regionais e internacional, e especificamente o levantamento das sanções contra o Irã.
Ao desenvolver a posição de seu país, Wang enfatizou a necessidade de todas as partes envolvidas no acordo nuclear de 2015 – assinado pelo Irã e o Grupo 5 + 1 (então formado pelos Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China, além da Alemanha) – cumprirem rigorosamente os compromissos estipulados no acordo.
O acordo, oficialmente chamado de Plano de Ação Conjunta Abrangente está por um fio desde que os EUA se retiraram unilateralmente em maio de 2018 e substituíram os embargos que haviam sido levantados sob o acordo com o Irã.
O Irã e os signatários do acordo realizaram seis rodadas de diálogos em Viena, capital da Áustria, desde abril, com o objetivo de conseguir o levantamento das sanções anti-iranianas e revitalizar o pacto. O atual governo dos Estados Unidos, presidido por Joe Biden, que disse estar disposto a retornar ao acordo nuclear, também participa indiretamente das negociações.
Nessa linha, Amir Abdolahian criticou a falta de ação da troika europeia – Reino Unido, França e Alemanha – no acordo nuclear e destacou a necessidade da eliminação completa e efetiva das sanções unilaterais e ilegais dos EUA contra o país persa.
No entanto, o principal diplomata persa garantiu que os diálogos com a UE se desenvolvem em uma atmosfera positiva e construtiva e devem continuar nas próximas semanas em Bruxelas, capital da Bélgica.
O bloco europeu, que atua como mediador nas negociações nucleares, pediu repetidamente a pronta retomada das negociações em Viena – que enfrentam um hiato de três meses após as eleições presidenciais no país persa – para reviver o acordo nuclear.
O novo governo do Irã reitera que a retomada das negociações está em sua agenda, mas não devem ser realizadas sob pressão ocidental, e especifica que os Estados Unidos devem primeiro suspender todas as sanções.
Fonte: Hispantv