Resistência

“A nova Administração dos Estados Unidos tem que cumprir o acordo nuclear, do contrário verá questionada toda a sua reputação”, afirmou nesta segunda-feira (6) o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), Ali Akbar Salehi, em coletiva de imprensa.

Nesse sentido, sublinhou que qualquer governo tem  que cumprir os compromissos assumidos durante os mandatos de seus antecessores.

“Que os Estados Unidos assinem um acordo e o abandonem depois das eleições e na nova Administração, isso na realidade equivale a pisotear sua própria reputação e sistema”, disse.

Segundo Salehi, o acordo nuclear, conhecido como Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA, na sigla em inglês), não foi assinado como ato pessoal do então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mas pelo governo estadunidense. “Ele (Obama) o assinou na condição jurídica e governamental, não pessoal, acentuou Salehi.

Em alusão às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que qualifica o  JCPOA como “o pior acordo alcançado em toda a história dos Estados Unidos”, o chefe da OEAI perguntou por que Trump considera mau o acordo nuclear se este na realidade suspendeu a indústria nuclear do país persa.

Salehi dedicou um último comentário aos críticos do  acordo nuclear e lhes pediu prudência e um  comportamento lógico a respeito deste tema.

Em outro ponto, referiu-se aos avanços nucleares do país persa depois do JCPOA e assegurou que desde a implementação do acordo nuclear em janeiro de 2016, o Irã importou ‎‎210 toneladas de urânio natural e nesta terça-feira (7) receberá outras 149 toneladas.‎

Segundo o acordo nuclear, o Irã aceitou limitar seu programa de energia nuclear, em contrapartida da eliminação das sanções impostas contra Teerã relacionadas com o referido programa.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) supervisiona o processo da compra de urânio natural do Irã e, desde a entrada em vigor do JCPOA, confirmou que Teerã está cumprindo suas obrigações no marco do acordo.

O presidente iraniano, Hasan Rohani, rechaçou  qualquer renegociação sobre o acordo nuclear, se o  presidente dos Estados Unidos pedir que o Irã faça isso.

Reação da Rússia

Por sua vez, a Rússia criticou as novas sanções dos EUA contra o Irã e rechaça qualquer intento de pressionar o país persa por seu programa de mísseis.

“Lamentamos que as coisas fiquem assim”, declarou nesta segunda-feira (7) o vice-ministro de Assuntos Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, reagindo às novas sanções impostas pela Administração do presidente estadunidense, Donald Trump, contra 12 indivíduos e 13 entidades iranianas em resposta ao recente teste do Irã com míssil balístico.

“As sanções não são um instrumento aceitável nem  adequado para resolver os problemas”, disse Ryabkov.

O vice-ministro recorda o apoio da Rússia ao  programa de defesa do país persa, e insiste em que os testes com mísseis do Irã não são uma  violação da resolução 2231 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) sobre o  acordo nuclear iraniano assinado em 2015 entre Teerã e o Grupo 5+1, (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China, mais a Alemanha).

Fonte: Hispantv