Opinião
Hezbolá acusa a Arábia Saudita de impedir a paz na Síria e no Iêmen
O secretário-geral do Hezbolá, o xeique Hassan Nasrallah, voltou a acusar a Arábia Saudita de torpedear as conversações de paz na Síria e no Iêmen e alertou para o perigo que a região enfrenta hoje.
“A Arábia Saudita está intensificando seus contatos com Israel”, afirmou Nasrallah em uma transmissão de televisão, na qual denunciou que “um príncipe da família governante se reuniu na sexta-feira (6) com personalidades sionistas”.
Segundo o líder do Hezbolá, que é parte fundamental da resistência libanesa, essas comunicações “começaram a emergir e na Aráabia Saudita estão preparando o ambiente para melhorar os contatos com Israel”, considerando que este é o mais beneficiado pela convulsão que o mundo árabe atravessa.
Igualmente, afirmou de modo categórico que a monarquia Al-Saud busca socavar as conversações de paz de Genebra e do Kuait destinadas a resolver as crises na Síria e no Iêmen, respectivamente.
O reino wahabita, enfatizou Nasrallah, “realiza esforços para uma escalada da situação no Iêmen, enquanto que na Síria, a Arábia Saudita está pressionando fortemente para prejudicar todos os tipos de cessar-fogo, especialmente em Alepo”.
Inclusive, prosseguiu, Riad “trata de torpedear as negociações a fim de alcançar suas metas. No Kuait, está tentando impor termos de rendição, mas a resposta iemenita foi clara: viemos negociar, não render-nos”.
Em seu discurso, o líder do Hezbolá indicou que em Genebra, a delegação da oposição síria, que está subordinada a Riad, quer que lhe cedam o poder.
Depois de chamar de mercenários os opositores do presidente Bashar Al-Assad, Nasrallah questionou se, na hipótese de a oposição tomar o poder na Síria, seria capaz de impedir que este caia “nas mãos da ( Frente) Al-Nusra (filiada à Al-Qaeda) e do Daesh (sigla em árabe do chamado Estado islâmico)”.
Nasrallah afirmou que nem os que lutaram no Iêmen durante um ano, nem os que combateram na Síria já há cinco anos, estão dispostos a ajoelhar-se, render-se ou pôr suas vidas à mercê da Al-Qaeda e da Al-Nusra.
PrensaLatina; tradução da redação de Resistência