Resistência

Convocada pela central sindical PIT-CNT, a greve geral desta quinta-feira (14) teve forte incidência nos transportes, na educação e na saúde. Os trabalhadores reivindicam a revisão das tabelas salariais, para fazer frente à crise. O movimento também expressou solidariedade à Venezuela e ao Brasil.

Perto de um milhão de trabalhadores aderiu à greve geral que o PIT-CNT (Plenário Intersindical de Trabalhadores – Convenção Nacional de Trabalhadores) convocou para esta quinta-feira no Uruguai e que contou com o apoio de diversos movimentos organizados e outras forças sindicais, como a Universidade da República de Montevidéu, a Federação de Estudantes Universitários do Uruguai (FEUU), a Federação Uruguaia de Cooperativas de Moradia, o Sindicato Único de Telecomunicações, a União de Trabalhadores Estatais e sindicatos de docentes, informa o jornal Brasil de Fato.

A grande adesão à greve – revelada pelos seus promotores – surge como resposta à decisão do governo de Tabaré Vázquez (Frente Ampla), no início deste mês, de manter as tabelas salariais na negociação coletiva prevista para o segundo semestre, informou a Prensa Latina. Os sindicatos afirmam que, a não serem corrigidas as tabelas e tendo em conta a inflação, os trabalhadores vão sofrer uma perda real de salário.

Os trabalhadores lutam por melhores salários, condições de trabalho e condições de vida, e exigem maior investimento do Estado no setor público, repudiando os cortes do governo uruguaio nos setores da Educação e da Saúde.

Numa conferência de imprensa realizada no salão Mario Benedetti, na sede do PIT-CNT (Montevidéu), representantes sindicais afirmaram que “o aumento da inflação tem atingido o poder de compra” e que “a crise tem fortalecido uma contraofensiva da direita”, lê-se no portal do Brasil de Fato.

A população tem sido fortemente atingida pela queda dos preços das matérias-primas e o carácter dependente da economia uruguaia, mas “não se pode permitir cortes nas garantias” das condições de vida, afirmou Marcelo Abdala, secretário-geral do PIT-CNT. Os sindicatos unidos em torno da greve propuseram ainda a adoção de políticas que aumentem a capacidade de consumo interno, como a criação de novos postos de trabalho, o aumento dos investimentos públicos e estímulos para a compra de bens de produtores uruguaios.

Por seu lado, Claudio Arbesún, da FEUU, denunciou o corte do orçamento universitário: “Na universidade produz-se 80% das investigações científicas no país, e o corte no orçamento implica cortar a possibilidade do desenvolvimento nacional”, disse.

Para além do apelo à unidade na luta, as forças sindicais manifestaram-se solidárias com a Venezuela e contra o aumento das tarifas na Argentina, e denunciaram o golpe de Estado no Brasil.

Fonte: AbrilAbril