Resistência

O rechaço a planos e ações violentas da direita que contrastam com iniciativas reconciliadoras a favor da paz por parte do Governo bolivariano marcou a semana noticiosa que se encerra hoje na Venezuela.

A aliança oposicionista Mesa da Unidade Democrática insistiu nos últimos sete dias na urgência de um processo revogatório para encurtar o mandato do chefe de Estado, Nicolás Maduro, e ao mesmo tempo estimulou revoltas de rua com agressões físicas a agentes da ordem pública e danos a instituições.

Sobre esta situação, na sexta-feira (10), a própria presidenta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, advertiu que qualquer agressão ou alteração da ordem contra a instituição e seus trabalhadores obrigará a suspender de imediato o processo revogatório.

Lucena anunciou assim a possível suspensão da validação das assinaturas até que se restabeleça a tranquilidade, ao tempo em que exigiu respeito à integridade dos trabalhadores e às sedes do CNE em todo o país.

Por sua parte, o Ministério Público ordenou investigar os fatos violentos ocorridos nas imediações do CNE, nos quais várias pessoas ficaram feridas, entre elas o parlamentar da oposição Júlio Borges.

Igualmente, a funcionária detalhou que de 20 a 24 de junho se realizará a validação de 1.351.052 assinaturas entregues pela oposição para cumprir a primeira parte da solicitação dessa consulta.

Como resposta à tensa situação política, uma comisión da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), encabeçada pelo secretário geral, Ernesto Samper, começou em Caracas reuniões com o Conselho Nacional de Economía Produtiva.

Pelas autoridades locais, o vice-presidente executivo, Aristóbulo Istúriz, recebeu o diagnóstico feito pelos especialistas sobre a deterioração da economia e do nível de vida por causa da baixa dos preços do petróleo e da guerra empreendida pela direita.

Samper indicou que a relatoria foi feita por Pedro Silva, diretor de Assuntos Econômicos da Unasul.

Por solicitação de Maduro, também esse organismo de integração regional designou os ex-presidentes do Panamá, Martin Torrijos; da República Dominicana, Leonel Fernández; e o ex-chefe do governo espanhol José Luís Rodríguez Zapatero para promover conversações reconciliadoras entre o Executivo e os partidos de oposição.

Segundo o ex-presidente colombiano, o diálogo será a via mais importante para alcançar a paz e a estabilidade política e econômica na Venezuela.

Por outro lado, na semana que se encerra reuniu-se em Caracas o Conselho Político da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), que reagiu aos crescentes ataques contra a Venezuela, impulsionados pela direita com apoio externo.

Representantes desse bloco assinaram uma Declaração Especial em solidariedade com a Venezuela em que exigiram respeito à soberania.

Com Prensa Latina; tradução da redação de Resistência