Colômbia
Governo colombiano e guerrilha do ELN retomam diálogo neste início de semana
Representantes do governo colombiano e do Exército de Libertação Nacional (ELN) voltam a encontrar-se nesta segunda-feira (8) em Quito, Equador, para retomar o diálogo, a 24 horas de vencer o prazo do cessar-fogo acordado entre as partes.
Segundo anunciou o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, nesta segunda-feira parte para a capital equatoriana a nova equipe de governo nas negociações com o ELN, encabeçada pelo ex-vice-presidente da República, Gustavo Bell. Embora o reinício das conversações esteja marcado para a terça-feira (9), não se descarta que possa ser antecipado para a segunda, tendo em conta a possibilidade real de decretar a tempo uma prorrogação do cessar-fogo que de fato contribua para um diálogo sem tensões.
No fim de semana passado, em carta apresentada ao Conselho de Segurança, o secretário geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, pediu ao governo colombiano e à guerrilha que renovem a trégua bilateral diante do comprovado alívio humanitário nas zonas de conflito.
Igual solicitação foi feita por mais de 170 acadêmicos, ativistas pela paz, empresários e líderes sociais da Colômbia através de carta aberta à opinião pública.
‘Cremos que, apesar dos incidentes, que deverão ser investigados de maneira eficaz, o cessar-fogo cria um melhor contexto para a participação da sociedade na construção da paz e aumenta a legitimidade social do processo de diálogo’, assinalaram os signatários.
Pôr fim ao cessar-fogo – acrescentaram – ‘distanciaria as partes da negociação, significaria morte, dor e deslocamentos para a população civil, que pode ser a mais afetada pelo conflito, e daria mais pretextos aos inimigos da paz que fazem da guerra uma bandeira eleitoral’.
A carta foi dirigida ao presidente colombiano e ao primeiro comandante do ELN, Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como ‘Gabino’.
Tanto Juan Manuel Santos como Gabino manifestaram a disposição de prolongar o cessar-fogo e de retomar as negociações que possam conduzir a uma paz estável, total e duradoura na Colômbia.
Contudo, os 102 dias de cessação das hostilidades foram marcados por tensões e declarações em tom alto, em meio a acusações mútuas de violação do acordo.
Como assinalou uma revista local, o que ocorra a partir de agora servirá para mostrar até onde as partes estão dispostas a ceder em busca de um acordo final, além do mais em meio a um agitado e incerto cenário eleitoral.
Resistência, com Prensa Latina