Colômbia
Governo colombiano e Farc buscam solução diante dos resultados do plebiscito
As delegações do governo de Juan Manuel Santos e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP), anunciaram nesta sexta-feira (7,) em Havana, que iniciariam um processo “rápido e eficaz” para escutar propostas e definir “prontamente” uma solução ante a rejeição ao acordo de paz, expressado nas urnas em 2 de outubro passado.
Em um comunicado lido conjuntamente por cada chefe de delegação, Humberto de la Calle (governo) e Ivan Marquez (guerrilha), disseram que estavam comprometidos com o acordo de paz assinado em 24 de agosto, mas era “conveniente” considerar as preocupações de diferentes setores da sociedade, inclusive aqueles que votaram pelo Não no plebiscito do último domingo (2). Essa opção obteve 50,21%, enquanto o Sim alcançou 49,78 %.
Desde o Hotel Palco em Havana, tanto De la Calle como Marquez asseguraram que as propostas saídas desse processo seriam discutidas entre o governo e as Farc-EP.
Em outro momento reiteraram seu compromisso de manter o cessar-fogo e de hostilidades bilateral e definitivo decretado em 29 de agosto último. Para afiançar essa medida concordaram com um protocolo para prevenir qualquer incidente e “assegurar um clima de segurança e tranquilidade”.
As duas delegações assinalaram igualmente que continuarão avançando na implementação de medidas de construção de confiança de caráter humanitário, tais como a busca de pessoas dadas como desaparecidas, os planos pilotos de destruição de minas, a saída de menores dos acampamentos, entre outras.
Em seguida, em uma declaração separada à imprensa, De la Calle disse que ouvir as preocupações daqueles que rechaçaram o acordo de Havana era fundamental para “alcançar um acordo que nos dê garantias a todos”. “Se queremos construir a paz de verdade, temos que buscar o consenso mais amplo possível, temos que buscar a união”.
O ex vice-presidente colombiano detalhou que “qualquer ajuste ou detalhamento mais preciso que se faça ao Acordo Final deverá ser o resultado de um diálogo construtivo entre as delegações”.
A Colômbia não quer voltar à guerra, sustentou o chefe da comitiva governamental que dialogou durante quatro anos com sua contraparte guerrilheira para finalizar um conflito de mais de cinco décadas.
As representações agradeceram também ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha pelo apoio; assim como aos países acompanhantes do processo (Chile e Venezuela) e aos garantidores (Cuba e Noruega). Estes dois últimos emitiram uma declaração na qual reafirmaram seu compromisso com a paz e apostaram em continuar desenvolvendo medidas de confiança voltadas para o objetivo de chegar “sem adiamentos” a um acordo conclusivo que finalize o conflito.
Havana e Oslo continuarão contribuindo para o fim do conflito armado e a construção de uma paz estável e duradoura na Colômbia, acrescenta o texto.
Granma