Estados Unidos buscam na Síria “a transição a um governo sem Assad”
O governo dos Estados Unidos afirma que o destino do presidente sírio, Bashar al-Assad, será decidido nas próximas semanas durante os diálogos internacionais.
“Nas sessões multilaterais, que continuarão sendo realizadas no futuro, será estabelecido o papel de Bashar Assad na transição (na Síria)”, declarou na quinta-feira (19) aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, John Kirby.
Para Washington o importante é conseguir que, até o dia 1º de janeiro de 2016, os grupos da oposição cheguem a uma posição negociadora unificada a ponto de poder sentar-se para dialogar com Damasco, disse Kirby.
“Está claro que o que buscamos é a transição a um governo sem Assad (…) vai haver um processo para que estas mudanças tenham lugar”, adiantou.
Em outra parte de suas declarações, manifestou-se contrário às recentes afirmações de Assad que situou o processo da transformação política na Síria depois da eliminação total dos grupos sectários takfiristas que operam no país.
Em uma entrevista na noite da quarta-feira (18) no canal público italiano RAI 1, Bashar Al-Assad ressaltou que não haverá nenhum plano de transição ou eleições, enquanto grupos terroristas como o chamado Estado Islâmico e a Frente Al-Nusra, filial síria da Al-Qaeda, tenham sob seu controle vastas áreas do território sírio.
De fato, estimou que a transição política na Síria se concretizará em um prazo de um ano e meio a dois anos e não em seis meses como se programou na segunda rodada da conferência internacional sobre a Síria realizada em Viena, capital da Áustria.
Nos dias 30 de outubro e 14 de novembro, Viena foi a sede de dois encontros de representantes diplomáticos de 17 países, assim como delegações da Organização das Nações Unidas (ONU) e União Europeia, que se reuniram pela primeira vez para encontrar uma saída para a crise síria.
Nas reuniões, apesar das discrepâncias que surgiram sobre o futuro de Assad, as partes já acertaram um programa de nove pontos que inclui o estabelecimento de uma trégua em nível nacional, uma transição política que desemboque na realização de eleições e a intensificação da luta contra o Estado Islâmico, que controla diversas partes do país árabe.
Fonte: Hispan TV e Blog da Resistência