Repetimos Fidel, pelo direito de sermos marxistas-leninistas

10/05/2015

Por José Reinaldo Carvalho

O sempre comandante Fidel Castro publicou na última quinta-feira (7) uma reflexão em que homenageia o 70º aniversário da vitória dos povos na Grande Guerra Patriótica, transcorrido a 9 de Maio. Ao honrar com justiça o povo soviético, a União Soviética e o partido de Lênin, Fidel destacou a dimensão da teoria revolucionária e da ideologia comunista. 

Mais uma vez, o líder histórico da Revolução cubana convoca-nos à luta a partir da reafirmação de convicções políticas e ideológicas e de uma postura ética, em nome da emancipação da humanidade. Dirigente de uma epopeia – a construção do socialismo em uma pequena nação enfrentando um cruel bloqueio duma superpotência imperialista jamais igualada – Fidel sabe melhor que qualquer outro o significado que tem para um partido comunista guiar-se por uma teoria de vanguarda, científica, e de pautar a ação política a partir da ideologia. O pragmatismo filosófico e ideológico em um partido comunista é irmão siamês da capitulação, da rendição às circunstâncias desfavoráveis, da renúncia a intervir subjetivamente para alterar a correlação de forças. 

É carregado de significados que precisamente nesta ocasião o líder latino-americano e caribenho reivindique o direito a ser marxista-leninista e reafirme o empenho pela realização do ideal comunista, independentemente das circunstâncias.

É lapidar o último parágrafo do texto: “Os 27 milhões de soviéticos que morreram na Grande Guerra Patriótica, fizeram-no também pela humanidade e pelo direito de pensar e de ser socialistas, ser marxistas-leninistas, ser comunistas, e de sair da pré-história”. 

É possível que as sábias e lúcidas palavras do comandante sejam recebidas com olímpico desdém entre os que postulam uma esquerda desideologizada e a estruturação de partidos e movimentos voltados apenas para as tarefas do dia-a-dia e com a mirada fixada em horizontes estreitos e delimitados pelas lutas corporativas e institucionais.

No entanto, 70 anos depois da vitória dos povos contra o nazi-fascismo, a burguesia e o imperialismo continuam a perpetrar monstruosidades, o sistema capitalista exibe as suas incuráveis chagas e lancinantes contradições, os direitos dos trabalhadores são vilipendiados, a insegurança quanto ao futuro da humanidade é persistente, o direito internacional é aviltado, a paz é ameaçada e o perigo de guerra é fenômeno corriqueiro e banalizado. 

Em tais condições, é mais necessário do que nunca compreender que se aproximam momentos tempestuosos na história e se apresentará diante dos que têm compromisso com a emancipação da humanidade o desafio de persistir na construção de um partido comunista como o de Lênin, um “partido proletário [que] se converteu no mais radical e audaz do planeta”, de acordo com a expressão de Fidel em sua recente reflexão. 

Neste empreendimento necessita-se de mais, e não de menos ideologia, de teoria científica marxista-leninista, e não de ecletismo, de linhas estratégicas consubstanciadas pela teoria revolucionária do socialismo científico, e não de imediatismo vulgar. A identidade comunista, o marxismo-leninismo, o socialismo científico não são efígies, mas guias para a ação transformadora.  

Não teria sido possível mover milhões de seres humanos na gesta libertadora da Grande Guerra Patriótica se não fosse por convicções arraigadas. E não haveria vitória sem a condução estratégica de uma vanguarda convicta, esclarecida e decidida. 

 

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