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Fechada a rota dos Balcãs: crise dos refugiados se agrava

11/03/2016
Foto: EFE

A Eslovênia, a Croácia e a Sérvia uniram-se para o fechamento das fronteiras que se iniciam na Macedônia com a Grécia, países da chamada rota dos Balcãs.

Veja o vídeo abaixo (em espanhol) sobre a rota dos Balcãs


A situação dos refugiados, para alcançarem o fim do seu percurso pela Europa, está cada vez mais complicada. Centenas deles estão abandonados em centros de detenção, após a Eslovénia, Croácia e Sérvia terem fechados as suas fronteiras, como parte das restrições para impedir a chegada de pessoas que precisam de proteção e asilo.

A medida não significou qualquer alteração nas áreas de fronteira desses países, porque os refugiados chegam em ‘conta-gotas’ após o fechamento da fronteira da Macedônia com a Grécia, o que se concretizou ao final de fevereiro, mas que foi anunciado oficialmente nesta quinta-feira (10).

Com a medida anunciada pela Eslovênia, a Croácia e a Sérvia, a rota dos Bálcãs fica completamente fechada, desde o seu início na fronteira da Macedônia com a Grécia, onde se encontram pelo menos 40 mil refugiados impedidos de continuar seu caminho.

Enquanto no centro croata de detenção em Slavonski Brod, no leste do país, há 320 refugiados que a Eslovênia lhes devolveu como “migrantes econômicos”, negando-lhes o direito de asilo, a Croácia, por sua vez, planeja devolvê-los para a Sérvia.

Este mesmo cenário se repete com quase todos os refugiados que tentam seguir a sua rota para a Alemanha. No entanto, os países da União Europeia tentam impedi-los, por meio do pacto preliminar assinado há dois dias com o Governo turco, para conter o afluxo de refugiados à Europa.

Este vídeo abaixo (em espanhol) mostra a trajetória dos refugiados na Europa

O representante da Cruz Vermelha croata, Ivan Usmani, disse que “o maior problema para essas pessoas é a incerteza de não saber o que acontecerá com elas.”

Os países da rota dos Balcãs já não permitem a passagem de um grande número de refugiados por trem ou ônibus, como vinha acontecendo nos últimos meses e, além disso, os migrantes estarão sujeitos a um controle individual.

Por exemplo, no território esloveno, somente será permitido o acesso de estrangeiros que preencham os requisitos, ou seja, aqueles com passaportes válidos e vistos para o espaço Schengen [1].

Além disso, a Eslovênia receberá apenas entre 40 ou 50 refugiados vindos do Oriente Médio por mês, ou seja, cerca de 570 por ano, de acordo com as quotas acordadas anteriormente em Bruxelas. Estes números são insuficientes, dada à demanda por proteção de milhares de pessoas forçadas a deixar seus países em decorrência de guerras promovidas pelo Ocidente.

Desde outubro passado, mais de 477.000 refugiados pediram asilo à Eslovénia, 460 pediram asilo, dez receberam e 324 estão à espera de uma resposta, enquanto todos os demais foram para outros países.

A Croácia, que não faz parte do Acordo de Schengen, mas sim da EU, tem seguido o exemplo da Eslovênia e negará o trânsito para os que não têm a documentação adequada.

Dos cerca de 600.000 refugiados que passaram pela Croácia desde setembro, apenas 39 pediram asilo, sendo que todos ainda estão à espera de uma resposta das autoridades.

A Sérvia adotou restrições após a Eslovénia declarar que restaurará as regras de Schengen. Nos centros de detenção naquele país há 152 pessoas que poderiam ser devolvidas à Croácia, enquanto outros 362 refugiados esperam a resposta de seu pedido de asilo.

Por sua vez, a Hungria, outro país que tem seguido uma política dura quanto à questão dos refugiados, desde o início da crise gerada na Europa, anunciou que reforçará a aplicação da lei e aumentará os agentes policiais e militares nas fronteiras, à espera do fechamento da fronteira dos 28 países e o acordo final com Ancara.

Na Áustria, a próxima estação da rota dos Balcãs a caminho da Alemanha, no ano passado, foram registrados cerca de 90.000 pedidos de asilo e neste ano, até agora, já se contam 11 mil.

Refugiados são vítimas de ataques 

Em 2015, o ataque a refugiados na Europa aumentou. Na Alemanha houve mais mil de casos de abuso, enquanto em 2014 foram registrados 199 atos violentos contra as pessoas que são obrigadas a fugir de seus países.

O chefe da Federal de Investigação Criminal (BKA), Holger Münch disse, em janeiro, que crimes registados em centros de acolhimento de refugiados foram motivos de preocupação para os ativistas.

A maioria dos refugiados são do Oriente Médio, obrigados a deixar seus países devido às guerras promovidas pelo Ocidente, para se apoderar de seus recursos estratégicos, como o petróleo.

[1] O Espaço Schengen garante a liberdade de circulação num território que engloba 26 países, com mais de 400 milhões de cidadãos (Acordo de Schegen, assinado em 1977) (N.T.)

Fonte: Telesur

Tradução: Maria Helena D’Eugênio para o Resistência

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