Colômbia
Farc em congresso: “Persisitiremos com as bandeiras bolivarianas e as tradições libertárias de nosso povo”
Sob o lema “Por um governo de transição para a reconciliação”, o dirigente guerrilheiro Timoleón Jiménez, inaugurou neste domingo (27) o Congresso de fundação do novo partido político das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP).
O encontro tem por sede o Centro de Convenções Gonzalo Jiménez de Quesada, em Bogotá. Conta com a presença de 1.100 delegados e cerca de 200 convidados de diversos setores da sociedade colombiana.
A mesa diretora do congresso está presidida por Timoleón Jiménez, ao lado dos comandantes Iván Márquez, Solis Almeida e Joaquim Gómez, além de três representantes das mulheres no comando das Farc-EP.
As primeiras palavras do congresso foram pronunciadas por Alberto Anaya, máximo dirigente do Partido dos Trabalhadores do México (comunista), que saudou o transcendental acontecimento em nome das delegações de partidos e organizações de esquerda da América Latina. Do Brasil participa uma representação do PCdoB, com a presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes.
Anaya disse que depois de tantas décadas de luta, as Forças Armadas Revolucionárias – Exército do Povo (Farc-EP), seguirão colhendo êxitos para seu povo, agora na batalha política democrática de cada dia em condições de paz.
Em seu informe, o dirigente máximo das Farc-EP afirmou que a organização atuará como “partido-movimento”, um “partido revolucionário capaz de realizar mudanças estruturais”, lutando por uma “sociedade alternativa, avançada” e por um “governo de coalizão democrática”. “Persisitiremos com as bandeiras bolivarianas e as tradições libertárias de nosso povo para lutar pelo poder e levar a Colômbia ao exercício pleno de sua soberania nacional e torná-la vigente. Continuaremos lutando pelo estabelecimento de um regime político democrático que garanta a paz com justiça social, o respeito aos direitos humanos e o desenvolvimento econômico com bem-estar para todos os colombianos”, afirmou o dirigente.
O congresso aprovará o programa, os estatutos e o nome da nova formação política, que poderá ser ‘Força Alternativa Revolucionária da Colômbia’, como o afirmou Iván Márquez, membro do Secretariado da organização. Igualmente, serão designados os 10 membros das Farc-EP que assumirão as cadeiras no Congresso da República, como ficou estabelecido no Acordo de Paz com o governo colombiano, assinado em finais de 2016 em Havana , depois de mais de quatro anos de diálogo.
A dirigente do Partido Comunista do Brasil, Socorro Gomes, disse em contato telefônico com a redação do Resistência que o ambiente é de entusiasmo e congraçamento. “É com grande emoção que participo em nome do PCdoB deste evento histórico para o povo colombiano e todos os latino-americanos”, afirmou Socorro. “Trago a mensagem entusiástica de confiança dos comunistas brasileiros neste momento em que se dá na Colômbia o passo decisivo para a constituição de um instrumento político capaz de encarnar, ao lado de outras organizações populares, os sonhos e as esperanças revolucionárias do povo colombiano”, ressaltou.
Resistência, com Prensa Latina