EUA
Expressões racistas de Trump sobre Haiti e África alarmam Congresso e ONU diz que são “vergonhosas”
As recentes declarações desrespeitosas do presidente estadunidense, Donald Trump, sobre a África, El Salvador e Haiti alarmaram os congressistas presentes no encontro com o mandatário, assinala nesta sexta-feira (12) o The New York Times. A ONU considerou as declarações “escandalosas, vergonhosas e racistas”.
Na quinta-feira, em uma reunião na Casa Branca, Trump rechaçou um projeto de acordo bipartidário sobre imigração que incluiria a proteção de cidadãos haitianos, salvadorenhos e de algumas nações africanas. Na ocasião ele perguntou por que teria que aceitar pessoas que vieram, de acordo com a expressão usada por Trump, de “buracos de merda” ao invés de aceitar pessoas da Noruega. A declaração foi testemunhada por membros de ambos os partidos (Democrata e Republicano) que estavam na reunião e relatada ao Times.
No entanto, em uma mensagem publicada, também nesta sexta-feira, em sua conta na rede social Twitter, o governante declarou: “a linguagem que utilizei na reunião foi dura, mas essas não foram as palavras empregadas”.
“Este novo episódio é o último exemplo da inclinação de Trump a comentários com matizes racistas que denigrem os imigrantes, deixando alarmados e desconcertados os membros do Congresso de ambos os partidos que assistiram a reunião na sala do gabinete presidencial”, disse o The New York Times em comentário sobre o fato.
Tais expressões dão continuidade a outras similares do mandatário. No ano passado, em um encontro no Salão Oval com seus principais assessores, Trump se queixou da necessidade de admitir haitianos no país, dizendo que todos têm AIDS, assim como nigerianos de quem disse que “nunca regressarão a suas cabanas”.
Por outro lado, segundo meios de imprensa internacionais, o porta-voz do escritório de Direitos Humanos da ONU em Genebra, Rupert Colville, qualificou de escandalosas, vergonhosas e racistas as palavras de Trump.
É neste ambiente que os congressistas republicanos preparam, desde há vários dias, um projeto de lei na Câmara de Representantes para reduzir o número de indocumentados que entram nos Estados Unidos e permitir a detenção de menores que cruzam a fronteira com seus pais.
Proeminentes figuras do partido republicano preparam a iniciativa com uma visão sobre o tema que, segundo especialistas, contradiz agressivamente recentes anúncios da alegada abertura de Trump sobre a busca de legislação abrangente e bipartidária sobre o assunto.
Patrocinada pelos diretores do Comitê Judicial e pelo Comitê de Segurança Nacional da câmara baixa, a proposta inclui medidas drásticas contra a imigração irregular que podem entrar em conflito com os interesses dos democratas.
Fonte: Prensa Latina com tradução da Redação do Resistência