Direitos Humanos
EUA abandonam o Conselho de Direitos Humanos da ONU
A embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU), Nikki Haley, anunciou nesta terça-feira (19) que seu país deixará o Conselho de Direitos Humanos da entidade.
O anúncio ocorre em meio à comoção causada pela divulgação de um áudio com crianças imigrantes que choram desesperadas, e chamam pelos parentes em espanhol, separadas de seus pais em Centros de Recolhimento nos EUA. Apesar de não haver indícios de onde a gravação teria sido feita, a agência Associated Press visitou um armazém antigo no sul do Texas onde centenas de crianças ficam dentro de gaiolas de metal, com água e sacos de batatas fritas.
Mas ao oferecer declarações sobre a saída do CDH desde o Departamento de Estado, juntamente com o chefe desta agência federal, Mike Pompeo, a diplomata estadunidense apenas acusou o Conselho de hipocrisia e disse que a decisão é porque não foi feita a reforma (no CDH) que exigiam.
De acordo com Haley, um ano atrás ela viajou para a sede do Conselho em Genebra, na Suíça, e então declarou que sua nação tinha a intenção de ficar se as mudanças fossem adotadas, mas tal apelo não foi ouvido.
A embaixadora tentou justificar a retirada de seu país dizendo que no Conselho continuam os países que Washington considera violadores dos direitos humanos.
“Nosso compromisso não nos permite continuar fazendo parte de uma organização hipócrita e egocêntrica que ridiculariza os direitos humanos”, acrescentou Haley, que não fez referência a alegações contra sua nação por abusos dentro e fora de suas fronteiras.
Como dissemos que faríamos há um ano, se não tivéssemos visto progresso, os Estados Unidos se retiram oficialmente do Conselho de Direitos Humanos, disse a representante de Trump na ONU.
Além desses pronunciamentos, tanto Haley quanto Pompeo observaram que uma razão fundamental para o abandono é o que descreveram como um “preconceito crônico contra Israel”, um país continuamente condenado pela comunidade internacional por causa de seus crimes contra a população palestina.
Ela observou que Washington já havia deixado claro que não toleraria a continuação das acusações contra seu forte aliado “de uma maneira que não é feita com nenhum outro país”.
Ela condenou ainda o fato de que este ano o Conselho aprovou cinco resoluções contra o Estado Sionista, que se concentraram em pedir a Israel que se retirasse das colinas de Golã e parasse os assentamentos ilegais, bem como no apoio ao direito de autodeterminação da Palestina, entre outras questões. .
O suposto preconceito contra Israel também foi o argumento usado pela administração Trump em outubro passado para anunciar que deixaria a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Com Prensa Latina