Presidenta argentina alerta sobre ações antidemocráticas

19/09/2015

A presidenta da Argentina, Cristina Fernández, alertou que forças oposicionistas, em particular da direita, estão envolvidas em ações que atentam contra a tranquilidade democrática do país.

Em um ato político realizado na noite desta sexta-feira (18) para inaugurar um hospital materno-infantil e fazer outros anúncios de caráter econômico e científico, a mandatária afirmou que “a anulação das eleições em Tucumán faz lembrar épocas pré-democráticas”.

Referiu-se à decisão da última terça-feira (15) de dois juízes da Sala 1 da Câmara no Contencioso Administrativo, sem jurisdição sobre o âmbito eleitoral, de anular as eleições nessa província do norte do país em que a oposição claramente perdeu e de determinar a realização de novas eleições.

“Hoje basta que dois juízes em um ‘forum shopping’ para que em uma província se tente desconhecer a vontade popular”, depois do que aludiu aos opositores: “Perderam e não suportaram perder, foi isso o que aconteceu”.

Igualmente, referiu-se a outro fato ocorrido na quinta-feira (17) quando o governo de direita da cidade de Buenos Aires do governador em fim de mandato e candidato presidencial oposicionista, Mauricio Macri, tentou fechar instalações do canal independente de notícias C5N, um dos de maior audiência no país.

Uma ofensiva informativa do próprio canal através de muitas entrevistas a personalidades políticas e dos setores acadêmico e cultural, mais o apoio de outros veículos, conseguiu impedir a ação qualificada de atentado antidemocrático.

A ação do governo controlado pelo partido Proposta Republicana teve lugar depois que o canal revelou obscuros manejos de um candidato a deputado nacional por esse espaço político próximo a Macri, que terminou renunciando em meio a um escândalo de corrupção.

Cristina Fernández insistiu em que está preocupada com essas ações: “Estamos retornando a épocas pré-democráticas».

Sobre a anulação da eleição em Tucumán, ressaltou que é inaudito que “dois juízes decidam anular a vontade de centenas de milhares de pessoas dizendo que há alguns que não sabem votar porque são pobres”. Em uma reflexão, advertiu que nas próximas eleições de outubro “não se trata apenas de eleger o próximo presidente, governador ou intendente, mas escolher que país vamos deixar a nossos filhos e em que país queremos viver”.

A presidenta também exortou a oposição a “discutir programas, políticas, mas não retrocedamos na máquina do tempo, ao voto qualificado”. Essa época não pode voltar nunca mais à Argentina. Muitos argentinos deram suas vidas para que estejamos discutindo estas coisas», recordou.

Prensa Latina; tradução do Blog da Resistência

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