Comunistas pedem concentração de forças e unidade para reeleger Dilma
O Secretariado Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) analisa o quadro político-eleitoral, em nota dirigida aos militantes, quadros, eleitores, aos partidos aliados e movimentos sociais. Atenta à nova polarização, entre a candidatura da presidenta Dilma à reeleição e de Marina Silva (PSB), apoiada pelo grande capital financeiro e forças conservadoras, a direção comunista faz um apelo à concentração total de forças para alcançar a quarta vitória do povo brasileiro.
«Dilma na Convenção Nacional Eleitoral do PCdoB. 27 de junho de 2014.«
Dentro de um mês, em 5 de outubro, os brasileiros irão às urnas decidir sobre o futuro do país, elegendo presidente da República, governadores das 27 unidades da Federação, senadores, deputados federais e estaduais. Até lá, o povo brasileiro estará imerso em intensa luta política, da qual poderão emergir uma consciência política elevada e a decisão de seguir em frente na construção de uma grande nação progressista, democrática e justa.
Para as forças democráticas, populares e patrióticas, unidas em torno da candidatura à reeleição da presidenta Dilma Rousseff, a batalha se afigura dura e renhida, o que não surpreende e não deve ser motivo de vacilação nem pessimismo. As vitórias eleitorais precedentes, em 2002, 2006 e 2010, também foram obtidas após intensas disputas, tendo as eleições presidenciais sido decididas no segundo turno.
Está em jogo o destino do país. Temos a convicção de que o eleitorado saberá distinguir sobre o caminho que a nação deve percorrer, se o das transformações políticas e sociais, sob a liderança da presidenta Dilma, ou do retrocesso, representado por uma das candidaturas oposicionistas.
O Brasil está diante do grande desafio de defender as imensas conquistas alcançadas durante os últimos 12 anos, sob os governos de Lula [2003-2010] e Dilma [2011-2014]. Gradual e consistentemente, o país vem percorrendo, desde a primeira vitória eleitoral de Lula, um caminho de mudanças, como jamais se vivenciou em sua história. É um novo ciclo político, durante o qual se ampliou e aprofundou a democracia, elevou-se a participação popular, implantaram-se políticas públicas que retiraram cerca de 40 milhões de pessoas da situação de extrema pobreza, reduziu-se a desigualdade social e progrediu-se em todas as áreas – na saúde, na educação, na moradia popular, na infraestrutura.
Igualmente, o Brasil consolidou sua soberania, inseriu-se no mundo com independência, praticou uma política externa de defesa da paz, da cooperação, do direito internacional. Assertivo e solidário, o novo Brasil governado por Lula e Dilma desempenhou papel ativo em prol da integração dos povos e nações latino-americanos e caribenhos. Ousado, abriu novos horizontes e contribuiu para a luta por uma nova ordem econômica e geopolítica mundial.
O Brasil reúne as condições propícias para avançar, durante o novo período que se abrirá a partir de 2015, na luta por grandes reformas e grandes mudanças, para dar novos passos históricos rumo a um salto civilizacional, em que se transforme no apanágio da justiça social para todos os seus filhos.
A presidenta Dilma Rousseff tem dado demonstrações de que é a liderança política capaz de enfrentar esses desafios. O seu governo fez face à crise internacional, mantendo as políticas sociais, o nível de emprego, defendendo e aprofundando as conquistas, preservando a democracia, mantendo-se firme diante das pressões externas.
Em sua campanha, na qual desponta como a candidata com maiores intenções de voto, segundo todas as sondagens, tem deixado claro que está consciente de que seu próximo governo não será apenas de continuidade. Está atenta às novas exigências da época, ao clamor do povo, principalmente da juventude, por mais mudanças e mais reformas. Por isso, proclamou sua disponibilidade para dirigir o esforço nacional pela abertura de um novo ciclo histórico, de consolidação, ampliação e aprofundamento das mudanças que o país vem realizando desde 2003. O anúncio que fez, no início da campanha, do Plano de Transformação Nacional, é o pacto que propôs ao povo brasileiro para seguir unido na nova etapa.
Sucessivamente derrotados nos grandes embates eleitorais, os representantes mais notórios das classes dominantes retrógradas, entrincheirados principalmente no PSDB, tornaram-se política e eleitoralmente superados. Depois de três mandatos presidenciais sob a liderança de Lula (2003-2010) e Dilma (2011-2014), o povo brasileiro não quer a volta às políticas que degradaram as suas condições de vida, roubaram-lhe direitos e fragilizaram a nação.
Diante do fracasso do PSDB e da candidatura de Aécio Neves, os conservadores realinham suas forças. Nas novas circunstâncias, encontram em Marina Silva (PSB) a candidatura com a qual tudo farão para tentar interromper o ciclo progressista. Inflada pelo poderoso aparato midiático, a candidatura de Marina Silva conquistou adesões que a consolidam no segundo lugar e a credenciam a disputar o segundo turno contando com o apoio das forças conservadoras.
O Brasil vive um real perigo de retrocesso. Em poucos dias de campanha, vai ficando claro o caráter da candidatura de Marina Silva. Seus compromissos com o grande capital financeiro são explícitos, seus projetos contrastam flagrantemente com os interesses nacionais – do que é exemplo maior sua declaração de que a exploração do pré-sal é uma aposta errada. O seu programa é uma carta de rendição aos banqueiros, ao FMI e à intolerância. Politicamente, os conceitos ali emitidos e as medidas propostas constituem uma ameaça de retrocesso da vida democrática e à unidade das forças vivas e emergentes da nação. Em seus devaneios, Marina Silva supõe que pode governar o país com messianismo, incoerências, mentiras e ambiguidades, como agente das ONGs internacionais e dos banqueiros.
Ao proclamar que vai governar “com os melhores”, deixa à mostra o desdém pelas instituições democráticas e republicanas, seu elitismo e concepção aristocrática. Sua “nova política” é uma farsa, uma formulação demagógica para justificar os ataques à democracia e à soberania nacional. Marina Silva personifica a luta anti-Dilma, o combate à esquerda e aos laços de solidariedade do povo brasileiro com as forças transformadoras na América Latina. O que transparece de seu plano de governo e de suas declarações é a preparação do terreno para iniciar uma ofensiva contra as conquistas sociais alcançadas nos últimos 12 anos.
O momento exige a concentração de forças e a união do povo brasileiro, por meio dos partidos políticos progressistas e dos movimentos sociais democráticos e populares, para reeleger a presidenta Dilma Rousseff. Seu governo e sua candidatura representam imensa força política e social, correspondem aos anseios profundos do povo brasileiro. Conquistar a vitória nas urnas em 5 de outubro é o caminho para prosseguir a acumulação histórica de forças e manter o Brasil na senda da democracia, da soberania nacional, do progresso social, como ator de peso no empenho por um mundo de paz.
O Partido Comunista do Brasil, indispensável protagonista de todas as lutas e vitórias do povo brasileiro alcançadas desde a superação da ditadura, na Assembleia Nacional Constituinte, na luta contra o neoliberalismo, na contribuição que tem dado para o êxito dos governos de Lula e Dilma, está totalmente engajado na campanha pela reeleição da presidenta Dilma Rousseff, lado a lado com os partidos aliados.
Temos a convicção de que a mobilização dos milhões e milhões de militantes, ativistas, simpatizantes e eleitores desses partidos despertará as energias e a força do grande povo brasileiro para conquistar sua quarta vitória, com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, conquista à qual se somará a eleição de uma grande bancada das forças de esquerda e do Partido Comunista do Brasil nas casas legislativas, assim como de grande número de governadores comprometidos com as causas democráticas, populares e patrióticas.
São Paulo, 4 de setembro de 2014.
O Secretariado Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)