Opinião
Maduro convoca rebelião permanente para a manutenção do projeto de Chávez
O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, apelou às forças populares do país por uma rebelião permanente para manter o projeto de independência, soberania e inclusão social iniciado pelo Comandante Hugo Chávez, líder da rebelião cívico- militar de 04 de fevereiro de 1992, uma façanha patriota comemorada com uma marcha pelas ruas de Caracas.
«Nesse rumo, com esse homem (Chávez) e com esse projeto seguiremos lutando e reconstruindo os caminhos da vitória, declaramo-nos agora em diante em rebelião permanente» refletiu o Presidente Maduro ao receber o poder popular, no Palácio de Miraflores (sede do governo), de onde saiu a passeata em comemoração à rebelião de um grupo de militares patriotas que há 24 anos, junto ao povo, levantou-se contra as medidas neoliberais impostas pelo governo da época.
«Em 04 de fevereiro de 1992, surgiu um líder autêntico, leal, revolucionário, valente e dedicado, Hugo Chávez Frías, uma liderança que nunca se deixou aliciar pela burguesia, que sempre foi leal, em cada segundo de sua vida, a vocês, a nós, ao povo e à história, realçou Maduro.
Explicou que «o 4 de fevereiro foi uma necessidade histórica que abriu os caminhos difíceis e violentos de então, para que ocorresse na Venezuela a primeira revolução política, social e econômica, pacífica e democrática dos séculos XX e XXI», expressou Maduro dizendo que, diferentemente dos golpes de Estado, a façanha de 4 de fevereiro foi uma rebelião para resgatar a pátria.
«Um golpe de Estado da burguesia, da oligarquia, do imperialismo para impor aos povos sua dominação e interesses, foi o ocorrido em 11, 12 e 13 de abril de 2002 (contra Hugo Chávez), para impor o presidente da Câmara Federal como Presidente da República, e que daqui saiu expulso, como deveria ser” recordou Maduro.
Disse também que o 4 de fevereiro representou o regresso «das bandeiras da soberania, da independência, da dignidade (…) e um grito desesperado daquela geração virtuosa de militares dizendo: ‘basta de entregar a nossa pátria aos ianques e ao Fundo Monetário Internacional (FMI)».
Indicou que a rebelião de 04 de fevereiro trouxe consigo um projeto político baseado no ideário de Simón Bolívar, Ezequiel Zamora e Francisco Miranda, que marcou o rumo para o início de uma revolução na Venezuela para resgatar a independência nacional.
«Não poderiam ter sido mais sábios ao resgatar, assim como fizemos nós, todos os venezuelanos, a sabedoria e a força espiritual de nosso Libertador Simón Bolívar, do mestre Simón Rodríguez e do General do Povo Soberano, Ezequiel Zamora», expressou.
Destacou que, após 24 anos, a rebelião popular bolivariana continua a mesma, com o mesmo espírito e vontade popular do dia 4 de fevereiro de 1992. Entre os combatentes que participaram daquela rebelião «está o rosto do grande chefe indígena Guaicaipuro, a história dos exércitos que chegaram a Ayacucho e lançaram o império espanhol, a história de Ezequiel Zamora, trazem Chávez marcado em seus semblantes e seus corações», expressou Maduro, ao pedir um minuto de silêncio pelas mulheres e homes caídos nessa «jornada de rebelião necessária, inevitável e histórica», acrescentou.
Com esse mesmo espírito do 4 de fevereiro, o Presidente convocou o povo venezuelano a participar do Congresso da Pátria em defesa da Constituição Bolivariana e dos direitos.
«Convoco todo o povo, a juventude, os homens, as mulheres, os profissionais, a classe trabalhadora, os militares, a participar do Congresso da Pátria e defender a Constituição Bolivariana, os direitos sociais e a revolução e independência da Venezuela», disse.
Denunciou que os parlamentares dos partidos de direita, que contam com a maioria circunstancial na Assembleia Nacional, planejam «supostas reformas e emendas para acabar com a Constituição Bolivariana».
«Querem apunhalar a Constituição que o povo aprovou em dezembro de 1999 e que é sagrada (…) por isso apelo a uma união cívico- militar, à luta, se a direita pretende desrespeitar e acabar com a Constituição, não os deixaremos chegar a esse ponto», indicou.
Fonte: AVN, tradução: José Reinaldo Carvalho