Oposição boliviana é financiada pelos EUA, afirma García Linera
O vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, afirmou hoje (11) que a oposição ao governo do presidente Evo Morales é financiada pelos EUA.
«Temos a informação de que ex-autoridades bolivianas viajam aos Estados Unidos não precisamente para fazer turismo, mas para reuniões com membros do Departamento de Estado estadunidense, que financiam suas ações», assinalou García Linera, em coletiva de imprensa.
O vice chefe do governo acrescentou que esses indivíduos, logo que voltam à Bolívia, ficam com mais da metade desse dinheiro e usam o restante para fazer política.
A este respeito, reiterou que a campanha para o «Não» à reforma parcial da Constituição, tendo em vista o referendo de 21 de fevereiro é impulsionada pelos líderes da direita na Bolívia, como Carlos Sanchez Berzaín, Jorge Quiroga, Ruben Costas e Samuel Doria Medina.
«Estamos convencidos de que a campanha pelo “Não”, não é uma iniciativa dos cidadãos, mas orientada por Doria Medina, Tuto Quiroga e toda essa camarilha da direita», disse ele.
Sobre a possibilidade de que o ocorrido na Venezuela e Argentina possa influenciar o resultado do referendo no próximo mês, García Linera explicou que cada país tem suas características, e que isso pode afetar o ânimo da oposição boliviana, mas não sua inteligência.
«Considero que o retrocesso político da esquerda na Venezuela e Argentina não influenciará o referendo aqui, porque ao contrário dessas nações, a Bolívia tem um posicionamento distinto, em diferentes tópicos, que a fortalece perante a oposição», declarou.
Entretanto, destacou Linera, «ao que não podemos nos opor é que o povo determine se o Presidente Evo Morales e este que vos fala poderão ou não postular seus cargos novamente em 2019 … O que poderia ser mais democrático do que isso?» perguntou.
«Mais uma vez, o povo terá em suas mãos o direito de decidir, o que é antidemocrático é fazer oposição ao referendo, é negar o direito das massas definirem o modelo conveniente para orientar política e economicamente o país, e o povo o determinará nas urnas «, ressaltou.
Em 21 de fevereiro próximo, o povo boliviano votará um referendo para determinar se aceita ou não a mudança na Constituição Política do Estado que permitirá a reeleição do Presidente e seu vice, nas eleições gerais de 2019.
Se ao final desse dia, o povo determinar a aprovação da reforma constitucional, em 2019 terão novamente a oportunidade de eleger a dupla política do Movimento ao Socialismo, como os líderes do processo de mudança que tirou a Bolívia da pobreza e a levou a ser a nação mais estável e próspera da região.
Fonte: Prensa Latina, tradução de Maria Helena D´Eugênio para o Blog da Resistência