Solidariedade aos comunistas e ao povo ucraniano contra o neofascismo
Em fevereiro de 2014 um golpe de Estado, apoiado, armado e financiado pelo imperialismo, levou ao poder um grupo neofascista ucraniano liderado pelo bilionário Petro Poroshenko.
Como em todos os governos que fazem parte desta matriz, o primeiro inimigo que os verdugos tentam abater quando conquistam o poder é o Partido Comunista, desde sempre o mais convicto e obstinado combatente antifascista.
Assim, apenas seis meses depois do golpe houve a primeira ação judicial visando banir o Partido Comunista da Ucrânia. Submetido a intensa pressão, no entanto, o PCU jamais deixou de lutar.
Em junho de 2015 o governo proibiu o PCU de participar das eleições e em 16 de dezembro foi anunciada a decisão de banir o Partido.
Para tentar encobrir o ato ilegal que viola não só a própria lei ucraniana, mas também o direito internacional, o governo alega, visando falsificar a história e confundir a questão, que também proíbe o nazismo.
Esta mentira é desmascarada diariamente, tanto pelo desfile aberto e em plena luz do dia de esquadrões neonazistas, quanto pela glorificação oficial dos que colaboraram com o nazismo durante a ocupação alemã na 2ª Guerra, cúmplices no extermínio de muitos milhares de homens, mulheres e crianças, assassinados apenas por serem democratas, judeus ou por pertencerem a outras etnias “sub-humanas”, segundo a ideologia nazista.
Enquanto transforma os quinta-colunas nazis em heróis, Kiev promove o ataque à memória dos combatentes do Exército Vermelho que derrotaram Hitler e expulsaram suas tropas da Ucrânia, mostrando sem disfarces a verdadeira natureza desta “democracia” a serviço da Otan.
Com o golpe de fevereiro de 2014, o objetivo da oligarquia ucraniana, descendente direta dos colaboracionistas nazistas, era em troca de apoio para consolidar seu nefasto poder, vender a peso de ouro a soberania ucraniana à Otan, à União Europeia e principalmente aos Estados Unidos, todos com o nítido objetivo de levar às fronteiras de Moscou a chantagem militarista.
Na verdade, a perseguição ao Partido Comunista da Ucrânia visa, em essência, garantir a aplicação desta política entreguista e anti-povo, que desperta forte reação popular.
Poroshenko, promovendo a russofobia, submete vergonhosamente a Ucrânia aos ditames do imperialismo, mergulhando seu país em uma guerra fratricida enquanto aplica em toda linha uma receita de arrocho e ataque aos direitos dos trabalhadores, favorecendo os oligarcas e a indústria da guerra.
Em dezembro último, logo após colocar o Partido Comunista na ilegalidade, o governo aprovou uma reforma tributária que favorece em muito o grande capital e confisca a renda dos trabalhadores, além de impor aumentos irrisórios para salários e pensões já muito baixos.
O Partido Comunista do Brasil expressa sua mais irrestrita solidariedade ao Partido Comunista da Ucrânia, ao povo ucraniano, e condena veementemente a vocação autoritária e antidemocrática do governo golpista de Petro Poroshenko.
Temos total confiança na capacidade de resistência e de luta dos comunistas e do povo ucraniano, certos de que, cedo ou tarde, os fascistas e seus aliados serão derrotados pelos democratas, patriotas e revolucionários, como já aconteceu mais de uma vez na história do mundo e da própria Ucrânia.
José Reinaldo Carvalho
Secretário de Política e Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil