Opinião
Defesa da democracia no Brasil é tema de encontro sindical no Uruguai
A sétima edição do Encontro Sindical Nossa América (Esna) começou nesta quinta-feira (31) em Montevidéu, no Uruguai, com a participação de sindicalistas de todo o continente americano e um contundente pronunciamento em defesa da democracia e contra o golpe no Brasil. Um ato político foi realizado em frente à embaixada brasileira em Montevidéu.
A denúncia da conspiração golpista e a defesa da democracia no Brasil é um dos temas centrais do encontro.
Nesta quinta-feira (31), dia da abertura do evento, que contou com a presença do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, diversos países do mundo se mobilizam em defesa da democracia e a capital uruguaia também se somou à solidariedade ao povo brasileiro.
Mujica fez um chamamento pela unidade da classe operária internacional para enfrentar as complexas realidades do mundo.
O ex-presidente sublinhou que a forma atual que o capitalismo assumiu é a lentidão do crescimento da economia em nível mundial.
Sobre a situação de crise econômica que vive o mundo hoje, Mujica afirmou que a causa central “é que o capitalismo está dando excessiva ênfase à especulação e ao campo financeiro”.
Com o lema “Unidade de ação dos trabalhadores”, o encontro tem por foco a criação de uma estratégia comum de resistência à forte ofensiva neoliberal que vem ameaçando direitos e garantias da classe trabalhadora em muitos países.
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil-CTB está representada no evento por Divanilton Pereira, secretário de relações internacionais da central e coordenador da FSM Cone Sul.
Para Divanilton, neste momento é importante fortalecer a unidade classista em benefício da democracia, dos direitos sociais e contra os tratados do pacífico e do TISA. “Esse conjunto articulado de ações imperialistas exige uma reação também organizada e, sobretudo, unitária daqueles que se contrapõem ao poder dos EUA e de seus aliados em nosso continente”, afirma.
Entre as graves questões em debate no Esna, destaca-se a defesa do direito à greve e a crescente criminalização das lutas sociais em curso nas Américas. Estes assuntos, bandeiras genuínas do movimento sindical e social, ganham prioridade devido ao retrocesso político e à crise econômica que têm agravado a condição de vida das trabalhadoras e trabalhadores em países como Uruguai, Honduras, Argentina, Brasil, entre muitos outros.
O encontro sindical também irá debater os tratados de livre comércio, políticas de integração dos povos e a construção de estratégias de resistência e enfrentamento da ofensiva conservadora. Para o sindicalista uruguaio e coordenador político do Esna, Leonardo Batalla, após mais de uma década de avanços, a classe trabalhadora na América se encontra agora em um momento decisivo.
“Ou se aprofunda e fortalece seus vínculos com as grandes maiorias populares construindo uma alternativa rumo a uma sociedade mais justa e solidária ou se alia às elites nacionais, às multinacionais e ao imperialismo norte-americano, conduzindo nosso continente a um retrocesso histórico”, diz ele.
Com Portal CTB e Prensa Latina