Palestina
Decisão dos EUA de fechar missão palestina em Washington, é castigo coletivo irrresponsável, diz OLP
O governo dos Estados Unidos informou à direção palestina a decisão de fechar a missão palestina em Washington, anunciou nesta segunda-feira (10) o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) Saeb Erekat, que denunciou uma “escalada perigosa” nas medidas de retaliação americanas.
A decisão é a mais recente de uma série de medidas adotadas pelo governo do presidente Donald Trump contra a direção palestina, que congelou as relações com as autoridades americanas desde que Washington reconheceu unilateralmente, em dezembro de 2017, Jerusalém como capital de Israel.
“Um alto funcionário americano nos notificou sobre a decisão de fechar a missão palestina nos Estados Unidos”, afirmou Erekat.
“É uma nova demonstração da política de castigo coletivo praticada pela administração Trump contra o povo palestino, do qual já cortou a ajuda financeira para serviços humanitários, incluindo nos setores de saúde e educação”, completou Erekat.
“Esta perigosa escalada mostra que os Estados Unidos buscam desmantelar o sistema internacional para encobrir os crimes israelenses”, disse.
A OLP do presidente palestino Mahmud Abbas é considerada pela comunidade internacional como o organismo que representa o povo palestino e dirige a Autoridade Palestina.
Por seu turno, Hanan Ashrawi, do Comitê Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), classificou de ‘irresponsável’ a decisão dos EUA de fechar a missão palestina em Washington.
“É irônico que os EUA estejam punindo a OLP, representante nacional do povo palestino e o mais alto órgão político que assumiu o compromisso de chegar a uma solução política e legal para a questão palestina e que se envolveu em negociações com sucessivas administrações dos EUA durante décadas ”, disse a dirigente palestina.
“É também extremamente cruel e rancoroso persistir em atacar deliberadamente o povo palestino, negando-lhe seus direitos, entregando suas terras e sua capital legítima, Jerusalém, e desfazendo a UNRWA (Agência de Ajuda e Trabalho das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina, na sigla em inglês).
Ashrawi disse ainda que “tais movimentos irresponsáveis são uma prova clara do conluio americano com a ocupação de Israel e as recompensas e incentivos que fornece a Israel, bem como uma total ignorância das exigências de uma paz justa baseada no direito internacional e respeito pelos direitos humanos”.
A dirigente palestina finalizou afirmando que “os EUA fariam melhor se finalmente entendessem que os palestinos não se renderão e que nenhuma quantidade de coerção ou medidas punitivas coletivas injustificadas levarão a liderança ou o povo palestino a ficar de joelhos.
Resistência, com WAFA e AFP