Relações Cuba-Estados Unidos

Cuba-EUA: os desafios da normalização dois anos depois

17/12/2016
Chanceler cubano Bruno Rodríguez recebe Obama em Cuba

Há dois anos, no dia 17 de dezembro de 2014, o presidente cubano Raúl Castro e seu homólogo estadunidense, Barack Obama, informaram sobre a decisão de restabelecer as relações diplomáticas bilaterais.

Os três antiterroristas cubanos presos desde setembro de 1998: Antonio Guerrero, Ramón Labañino e Gerardo Hernández, saíram nesse dia dos cárceres norte-americanos.

René González e Fernando González, que também formavam o grupo internacionalmente conhecido como Os Cinco, foram libertados antes, depois de cumprir suas penas.

Em 22 de janeiro de 2015 tiveram lugar no Palácio de Convenções de Havana conversações presididas pela diretora geral do setor Estados Unidos da chancelaria cubana, Josefina Vidal, e a secretária assistente do Departamento de Estado para o Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson.

O encontro entre os presidentes Raúl Castro e Barack Obama em 11 de abril do mesmo ano, na capital panamenha, durante a 7ª Cúpula das Américas, marcou outro momento importante.

Nos meses subsequentes continuou este processo e em 20 de julho de 2015 foram restabelecidas as relações diplomáticas, pelo que as seções de interesses nas respectivas capitais se transformaram em embaixadas.

A visita do secretário de Estado, John Kerry, um mês depois, e a criação da comissão bilateral – que até hoje realizou cinco encontros – para avaliar a marcha dos acordos entre ambas as nações, também marcaram a nova etapa.

As autoridades da nação caribenha reiteraram que o principal obstáculo nas relações bilaterais é o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto por Washington há mais de meio século.

Outro dos muitos assuntos pendentes é que os Estados Unidos devolvam a Cuba o território ocupado pela base naval de Guantánamo, embora a Casa Branca se negue a ter este tema na mesa de negociações.

A visita de Obama em março de 2016 e a assinatura em meses posteriores de acordos em matéria de saúde, a retomada dos voos comerciais regulares, e a realização de diálogos sobre assuntos chave também foram momentos decisivos.

Contudo, apesar destes avanços, Obama fez muito menos do que podia, tendo em conta as amplas prerrogativas executivas que possui e que lhe permitem reduzir o bloqueio a sua mínima expressão.

Não obstante, em 7 de dezembro último, Josefina Vidal ratificou a vontade de Cuba de continuar este processo e expressou sua esperança de que o presidente eleito, Donald Trump, tenha em conta, quando assuma a chefia de Estado em 20 de janeiro, o que já foi alcançado desde o 17 de dezembro de 2014.

Prensa Latina

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