Diplomacia
Cuba defende na ONU mudança na ordem internacional
A representante permanente de Cuba na ONU, Anayansi Rodríguez, destacou nesta segunda-feira (8) a necessidade de mudar a atual ordem internacional, injusta e profundamente desigual, e de respeitar a soberania e a integridade territorial dos países.
Ao intervir na Assembleia Geral no plenário “Memória” das Nações Unidas sobre a atividade da organização multilateral, a embaixadora pediu que cesse a aplicação de medidas coercitivas unilaterais contra países em desenvolvimento e que se ponha fim ao colonialismo e à ocupação estrangeira.
Nesse sentido, denunciou o injusto bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba há mais de 50 anos.
“Com a força da justiça, a moral e a verdade e o apoio da comunidade internacional, exigimos uma vez mais o fim dessa cruel política, que constitui uma violação do Direito Internacional e dos direitos humanos de todos os cubanos”.
Rodríguez também rechaçou o uso ou a ameaça do uso da força nas relações internacionais, e demanda a não ingerência nos assuntos internos dos países, assim como a solução das controvérsias internacionais por meios pacíficos.
Igualmente, sublinhou que o respeito ao sistema político, econômico, social e cultural que as nações livremente decidem contribui não só para o desenvolvimento sustentável, como também à manutenção da paz e da segurança internacionais.
Uma verdadeira vontade política, a solidariedade e a cooperação internacional são a única solução para os desafios atuais entre os quais se destaca a existência de três milhões e 460 mil pessoas que sobrevivem na pobreza, sublinhou.
No mundo há 821 milhões de pessoas que passam fome, 758 milhões de analfabetos e 844 milhões de seres humanos que carecem de serviços básicos de água potável: tudo isso se exacerba pelos efeitos adversos das mudanças climáticas, recordou a embaixadora.
Embora existam importantes compromissos que constituem o roteiro para alcançar o desenvolvimento sustentável, tais como a Agenda 2030, o Acordo de Paris, o Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres 2015-2030 e a Agenda de Ação de Addis Abeba, persistem os desafios de sua implementação.
Segundo apontou a diplomata cubana, é preocupante que os países em desenvolvimento não tenham acesso aos recursos financeiros e da infraestrutura e tecnologia que permita a aplicação destas agendas em nivel nacional.
Neste contexto, é da maior importância o cumprimento dos compromissos assumidos com o desenvolvimento, incluindo o de dedicar 0,7 por cento do Produto Interno Bruto dos países ricos como Ajuda Oficial para o Desenvolvimento, acrescentou.
A melhor forma de prevenir os conflitos é erradicar suas causas profundas, por isso Cuba faz um chamado à comunidade internacional a redobrar os esforços voltados à erradicação da pobreza, a desigualdade, a fome e a exclusão social, reiterou a embaixadora.
Também reafirmou o apoio de Cuba ao processo de reformas da organização multilateral para que esta seja mais democrática e efetiva. Além disso, afirmou, a Assembleia Geral deve ser revitalizada e fortalecida e exercer plenamente as faculdades que lhe confere a Carta da ONU, sem intromissões do Conselho de Segurança em sua atividade e na de seus órgãos.
Igualmente, defendeu a reforma do Conselho de Segurança. A fim de torná-lo democrático e representativo, é necessário modificar sua composição e métodos de trabalho, objetivo que não se deve continuar adiando.
Cuba reiterou que as regras de convivência baseadas na amizade, cooperação e no respeito, sem ingerência nos assuntos internos, são indispensáveis nas relações internacionais, e assinalou que o multilateralismo é hoje mais importante do que nunca.
Resistência, com Prensa Latina